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O Brasil: calvário ou travessia?

Por Orlando Morando 
Na noite da última quarta-feira, um incêndio tomou conta do Brasil. E o fogo se alastrou durante a madrugada pela mídia, pelas redes sociais e pelo mundo. A quinta-feira amanheceu com notícias sobre a alta do dólar, a queda da Bolsa e a execução pública de duas das mais importantes figuras políticas deste país, sem que as provas fossem de fato apresentadas ao público.
Gritos de ordem tomaram conta das ruas. A esquerda pede “fora!”, a direita pede “já!”, enquanto o incêndio se alastra. É mais importante julgar, condenar e executar do que acionar os procedimentos legais para apagar o incêndio que consome não um edifício, mas um país inteiro!
Todos acrescentam mais fogo ao cenário político, querendo aprovação para as suas próprias ideias. Mas não é disso que precisamos. Precisamos de água suficiente para apagar as chamas! Precisamos de alguém que conheça e respeite a Constituição. Que saiba que o país tem pressa, sim, mas não para condenar. O Brasil tem pressa de estabilidade, segurança e emprego.
A pergunta que me faço é se entraremos  agora  num período de calvário ou travessia, se colocarem alguém no comando, cuja maior preocupação pode ser a eleição de 2018 não sairemos do calvário. Se colocarem no comando alguém que realmente pense no futuro da nossa nação, então o período será de travessia.
Definitivamente, não é hora de pensar em quem vai ganhar a próxima eleição de 2018!
 Diante do cenário atual, o único nome que me vem à cabeça é o de Fernando Henrique Cardoso. Ele já esteve no comando desse edifício chamado Brasil. E o assumiu num momento de grave crise político-econômica, FHC é sensato tem trânsito entre a direita, esquerda e centro e não será candidato em 2018.
Qualquer outro que assuma o comando do país provavelmente terá a intenção de governar para si mesmo ou para seus aliados. Irá aproveitar o incêndio e pender o edifício mais para a direita ou mais para a esquerda. Fernando Henrique é um político e sociólogo com pensamento neoliberal que dialoga com o trabalhador. Ele tem a neutralidade necessária para reencontrar o equilíbrio político do país e conduzi-lo em linha reta, rumo às eleições de 2018.
Qualquer outra pessoa que assuma o comando do Brasil neste momento terá o desejo de perpetuar sua legenda, seu nome e seus ideais por mais quatro, oito anos. Fernando Henrique já esteve lá e sabidamente não deseja voltar. Porque conhece os meandros. E isso é justamente o que precisamos. Uma liderança que saiba o que fazer, como fazer e, mais importante, tenha a maturidade para reconhecer que está lá, acima de tudo, porque é preciso.
Orlando Morando é Perfeito de São Bernardo do Campo.
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