Retornando ao Senado após 12 anos, José Serra (PSDB-SP), que tomou posse neste domingo (1º/02), ressaltou que irá lutar por reformas estruturais para o país. Serra destacou como prioridades, neste mandato, as discussões sobre reforma política, adequações nos gastos públicos e o financiamento da saúde.
A seguir, a entrevista com o senador.
Quais são as principais prioridades para o mandato?
Temos que fazer avanços do ponto de vista institucional. O Brasil precisa encontrar saídas. Vou trabalhar muito nessa direção: por exemplo, com a reforma política. Vamos entrar rapidamente para a aprovação do voto distrital. É difícil fazer para os deputados, mas dá para fazer para os vereadores. Seria um avanço imenso no Brasil, até para diminuir os gastos de campanha. Para a questão econômica: a Lei de Responsabilidade Fiscal disse que deveria haver limites para o endividamento do governo federal, mas isso não aconteceu, não existe. Eu vou propor limites para o endividamento, para que não se repitam abusos como o que foi feito no ano passado. O governo federal vai ter que obedecer limites para a sua dívida líquida e a sua dívida bruta: votados no Congresso, com amplo reconhecimento. Estou dando exemplo de dois projetos, entre outros que vou apresentar.
A saúde também é uma bandeira do senhor?
Sem dúvida nenhuma. Eu vou fazer uma proposta e vou debater com todas as áreas da saúde: Conselho Nacional da Saúde, Associação Médica Brasileira, por todos os lados, com o sentido da recomposição do orçamento da saúde. Porque quando eu fui ministro da Saúde, 52% dos gastos da área eram do governo federal; hoje, são 43%. Estados e municípios não aguentam. Dá para resolver o problema da saúde de uma hora para outra? Não, mas dá para começar a resolver. Tem que ter uma trajetória.
Quais comissões o senhor pretende priorizar?
Ainda não escolhi. As pessoas acham que eu deveria ir para de Assuntos Econômicos, mas tenho tentação também pela de Constituição e Justiça. Então vamos ver. Vou examinar com calma. Mas certamente vou integrar mais de uma, não quero só economia.