Dilma afirmou que São Paulo não pode mais confiar no “volume morto” – referindo-se ao uso da reserva de água do Cantareira – ao comentar a eleição estadual na qual o seu candidato já foi rifado por ela. Mais uma vez demonstra desonestidade intelectual. Ela e seus assessores petistas sabem muito bem do quadro climático em São Paulo e no Brasil. Chove torrencialmente no Norte, em diversos estados do Nordeste, no Sul e mesmo em algumas áreas de São Paulo, como na Serra do Mar, o que provoca uma abundância de água no Guarapiranga. Mas por um fenômeno climático sem precedentes não chove na bacia que forma o Sistema Cantareira. Vejam o quadro abaixo:
A linha azul é a média histórica de afluência de água para cada mês ao longo dos 84 anos, na área do Cantareira. A vermelha é a mínima histórica. E a linha verde é o que aconteceu nos meses de 2014. Isto é um fenômeno impossível, tecnicamente, de se prever. A dimensão de qualquer sistema de fornecimento de água leva em conta, na hipótese mais pessimista, as mínimas históricas, nunca algo como metade dessas, como acontece em 2014.
Dilma sabe. Lula sabe. O PT sabe. Mas a verdade não lhes interessa. Apenas interessa o que lhes possa servir para manter ou ganhar o poder.
Eles fazem o mesmo em outros setores da administração pública. Sabem, por exemplo, que os índices de criminalidade em São Paulo são os menores do Brasil. Que as extensões dos sistemas de transporte de massa em trilhos são dezenas de vezes maiores que os existentes em qualquer lugar do país, onde o o governo federal é o responsável.
Mas não lhes interessa. A verdade não lhes interessa.