O deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) rechaçou nesta sexta-feira (17/11) a tentativa do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de reduzir a gravidade do escândalo do dossiê. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o petista disse, após dois meses de investigação, que ainda tem dúvidas sobre a importância criminal da armação contra políticos do PSDB. A declaração foi feita na última quarta-feira, em Curitiba (PR), após a abertura do 19º Congresso Brasileiro de Magistrados.
DESSERVIÇO
“Márcio Thomaz Bastos mostra, mais uma vez, que não tem compromisso com a verdade e nenhuma preocupação com a legalidade”, criticou Pannunzio. Na opinião do parlamentar, a declaração do ministro demonstra que ele está agindo, mais uma vez, como advogado de defesa do PT. “Ele sabe que houve crime, pois é um renomado advogado criminalista, mas nega isso como bom advogado de defesa do governo”, observou.
O discurso do ministro contradiz apuração da própria Polícia Federal (PF), órgão subordinado à pasta de Thomas Bastos. Nas investigações sobre o caso, o órgão já relacionou onze crimes que supostamente foram cometidos pelos envolvidos na tramóia contra tucanos. No rol das ilegalidades, estão graves delitos como estelionato, caixa dois, crime contra o sistema financeiro, falsificação de documento, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. De acordo com as investigações da PF e do Ministério Público, os “petistas aloprados” teriam montado uma associação criminosa com o objetivo de influir nas pesquisas de opinião pública em São Paulo.
Pannunzio comentou ainda outra declaração de Bastos dando a entender que a origem do dinheiro (cerca de R$ 1,75 milhão) apreendido com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha será desvendada no tempo certo, ou seja, após as eleições presidenciais. “Quando o ministro afirma que felizmente a eleição acabou, ele quer dizer que o presidente Lula não será mais atingido com o escândalo, independentemente das revelações trazidas pelas investigações da PF, ou seja, deu tudo certo para o PT”, avaliou. O tucano comemorou ainda anúncio feito pelo ministro de que vai deixar a pasta no próximo mandato do presidente Lula. “É um favor que ele presta à República”.
Fonte: Agência Tucana
