Até fins de 2011 a Cracolandia paulistana era um território dominado por traficantes e dependentes químicos, e cada vez maior. Em função disso o governo estadual só recebia críticas: “é uma vergonha”, gritavam os críticos contumazes “deixar as coisas assim sem ninguém tomar providências”. Então tomaram-se. As autoridades agiram com ações sociais da Prefeitura e do Estado apoiadas pela polícia paulista, afastando os traficantes e dependentes. Aí veio nova grita: “é violência, o problema não é policial, é social”, o que não deixa de ser verdade. Os atingidos se espalharam pela cidade e lá vem nova grita. Agora parte deles volta para a região e ainda que não seja na mesma quantidade levanta nova grita: “voltaram, a ação anterior foi desastrosa”.
O governador Geraldo Alckmin anuncia agora que deverá haver nos próximos dias uma ação de internamento compulsório dos dependentes químicos mais graves, garantindo a eles tratamento médico. Não tenham dúvidas, nova grita haverá: “estão internando à fôrça, isso é contrário aos direitos do cidadão”.
Ora, ninguém tem uma solução mágica para o problema que é bem mais profundo e complexo que a vã fisolofia permite simplificar. Mas o importante é que o poder público, o governo de São Paulo, está buscando caminhos para enfrentar a questão. Deu os primeiros passos, vai reformulando os seguintes a medida do andar da carruagem. O importante é que é uma atitude corajosa do governador que não está se omitindo das suas responsabilidades e enfrenta o desgaste que suas ações possam lhe proporcionar. Mas fácil seria fazer cara de paisagem e deixar as coisas acontecerem.
