Poucos dias antes da posse ele concedeu uma entrevista. Nada de novo, apenas um reparo, uma informação errada, um erro grave, pois não foi sem intenção. Ele disse que a ação para recuperar o dinheiro desviado pelo Maluf no caso da Avenida Água Espraiada, começou no governo Marta. A verdade é que no governo Marta chegou-se a escolher um escritório de advocacia que trataria da recuperação do dinheiro no exterior. Mas o escritório não foi contratado. A contratação foi sendo adiada, adiada, adiada, sabe-se lá por que. Certamente não foi por razões de Estado. Ou, sabe-se lá, por quais “razões” de Estado.
A contratação do escritório só se deu no governo Serra, iniciando-se ( ajuizando-se ) assim uma primeira ação que, posteriormente, deu origem a uma segunda, já no governo Kassab, para recuperar o que foi surripiado. O Haddad quis dar à Marta um crédito que ela não tem. E esqueceu de citar o Serra e o Kassab.
Pouco depois o novo prefeito decidiu falar da inspeção veicular que havia prometido que seria paga, não restringida ou eliminada, pelo orçamento público. Aí foi o seu primeiro “deságue para a retaguarda”, para não usar os chulos termos populares. Ou a inspeção veicular é necessária para melhorar as condições ambientais, ou não é. Não tem sentido, como declarou, que veículos até 5 anos de fabricação ( que também poluem ) não façam a inspeção e que ela seja feita de dois em dois anos. É como se disséssemos que 70% da poluição atual é razoável. E imaginem com o aumento de milhares de veículos por dia na cidade.
Falou besteira na campanha, muita gente gostou ( eu não apesar de ter dois carros e meus cinco filhos terem um cada ) e lhe deu os votos ( eu não ), agora cumpra, prefeito. As minhas, as suas, as nossas inspeções, quem vai pagar, seremos todos, inclusive os que não têm carro.
Tirar o corpo fora, já no início do governo, não fica bem.