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Doria: “PSDB deve dialogar com partidos, mas ficar longe dos extremos”

Governador de SP inicia campanha pelas prévias na capital do Estado, Campo Grande, onde participa, na manhã de hoje (10/07), de encontro de filiados

 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu, em entrevista em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que o PSDB deve “dialogar com outros partidos” em prol de uma “alternativa” aos brasileiros, nas eleições presidenciais de 2022. “Tenho certeza que o centro-democrático, que poderá ter a liderança do PSDB, será capaz de dialogar com partidos mais à esquerda e mais à direita. Mas terá que ter a coragem de ficar longe dos extremos”.

Doria está em Campo Grande (MS) para participar, na manhã deste sábado (10) – a convite do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) – , da primeira edição dos “Encontros do PSDB pelo Brasil”. A mobilização tem como objetivo a apresentação para filiados e apoiadores das propostas de Doria para o País. O governador paulista disputa as prévias internas do PSDB para a escolha do candidato a Presidente da República em 2022.

As declarações do governador paulista foram dadas em entrevista coletiva ontem à noite, na sua chegada à capital sul mato-grossense. Doria disse “não acreditar na terceira via, mas na melhor via, a do meu partido”. E prometeu trabalhar para que os brasileiros tenham “uma alternativa que não seja nem Lula e nem Bolsonaro”. “Não será nem terror, nem horror”.

“A certeza de que a defesa que fizemos até agora pela vacina, pela vida, pelo desenvolvimento e pela proteção aos menos favorecidos nos credenciam (para a disputa em 2022)”, avaliou.

Doria afirmou ainda que seus colegas governadores, não só os do PSDB, “merecem elogios” pelo enfrentamento à pandemia da covid-19, por defenderem o Brasil de “atitudes negacionistas” e pela defesa da democracia. “Foi graças aos governadores do Brasil que nós temos a população do País protegida”.

Em sua fala, no início da coletiva, o Governador do MS, Reinaldo Azambuja, fez questão de agradecer a Doria por sua atuação na pandemia em prol dos brasileiros. “Nós temos uma gratidão enorme pela sua persistência em trazer a vacina que vai nos permitir voltar a vida normal. Nós sabemos tudo o que você teve que enfrentar. Gratidão enorme também porque no momento em que não tínhamos leitos aqui no nosso Estado vocês acolheram em São Paulo os sul mato-grossenses”.

Doria afirmou ter escolhido iniciar a sua campanha para as prévias pelo Mato Grosso do Sul pela pauta comum com SP e pelo “respeito e admiração” que nutre por Azambuja. “É um governador que está fazendo um brilhante trabalho. E nossos Estados são muito ligados”. O governador de SP defendeu a pauta comum de ambos, listando a proteção às fronteiras do País, redução da carga tributária para os insumos do agro e ampliação da malha ferroviária e rodoviária. Por muitos anos, os sul-mato-grossenses compartilharam a Noroeste do Brasil com os paulistas.

Vacina e eleição
“Não fui em busca da vacina por causa da eleição, foi por um sentimento humanitário de preservação à vida. Fui, sou e continuarei sendo defensor da vida. Fomos atrás de vacina, não dá cloroquina”.

Sommerlier de vacina

“Cada prefeito tem sua autonomia (na distribuição da vacina). E aqui temos um prefeito, o de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (do PSDB e integrante da comitiva do governador de SP no MS) que tomou uma decisão corajosa, e foi aplaudido, inclusive por mim. Quem escolhesse vacina ia para o final da fila. Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são boas. Todas pessoas devem se vacinar com a vacina disponível”.

Prévias

“Sou filho das prévias. (…) Venci no berço do PT (SP) em 2016 (Prefeitura de SP) e em 2018 (Governo do Estado). (…) Prévias não dividem, somam. Fortalecem a democracia. Engrandecem e projetam o PSDB no País. O PSDB tem quatro bons candidatos. (…) Eu gosto das disputas com gente boa”.

Datafolha
“É um retrato do momento (pesquisa foi divulgada ontem, dia 09/07). Nos estimula, nos motiva, mas nos mantém num campo de humildade e na certeza de que precisamos trabalhar muito. E, principalmente, é preciso respeitar o processo eleitoral interno do PSDB”.

Risco às eleições de 2022 
“Nenhum risco (de não ocorrer). Num país democrático, que respeita a Constituição, e com um povo mobilizado em defesa à democracia e respeito aos Poderes, não vejo nenhum campo para não termos eleições. Esse espírito autoritário do atual presidente não tem amparo na população brasileira. E a maioria dos governadores querem eleições no ano que vem, pelo voto eletrônico”.

Ataques ao presidente do TSE
“Como governador de SP, eu repudio qualquer posicionamento como esse que o presidente Bolsonaro expressou (ontem, dia 09/07) ao ministro Luis Roberto Barroso. E agressões covardes também ao ministro Alexandre de Moraes. Jair Bolsonaro reproduz mais uma vez a sua verve autoritária, a sua incapacidade de governar, o seu autoritarismo e seu desprezo pela democracia e pela vida.

 

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