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“O que o Ronaldo fez foi na verdade externar um sentimento”, diz Aécio Neves em São Paulo

aecio-coletiva-sp-1-300x200O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (26), em São Paulo, após reunião com o governador Geraldo Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes. Aécio respondeu a perguntas sobre as eleições 2014, as opiniões do ex-jogador Ronaldo, o Fenômeno, e a disputa eleitoral em São Paulo.

A seguir, trechos da entrevista:

Sobre as declarações do ex-jogador Ronaldo.

Acho que os brasileiros estão cansados de tanta incompetência, de tantos compromissos assumidos que não são cumpridos. Isso vem sendo potencializado, acho que em todas as áreas. Me sinto como brasileiro envergonhado dos indicadores sociais do Brasil, do baixo crescimento da economia, do conjunto de obras inacabado, com sobrepreços, abandonadas pelo Brasil inteiro. O que o Ronaldo fez foi na verdade externar um sentimento, com sinceridade, dele, pessoal, não é um político, fez isso de forma muito clara, como cidadão. Acho que ele não fala sentido. Acho que é um sentimento que vamos encontrar sem muita dificuldade em cada região do país e em todas as camadas sociais.

Que papel ele vai ter na campanha?

Nunca conversamos sobre isso. O Ronaldo, na verdade, me apoiou lá atrás, quando fui candidato ao Governo de Minas. Manifestou apoio à minha candidatura. Acompanhou, até porque passou um período em Minas Gerais, os resultados do nosso governo. Ele próprio tem muitas informações em relação ao governo, quando estiverem com ele poderão aferir isso. Em relação à educação, em relação ao que nos trouxe a ter a melhor educação fundamental do Brasil, em relação à qualidade da saúde, e acho que esta é a razão principal dessa sua manifestação. Agradeço, de público, essa manifestação, outras certamente virão, e infelizmente quaisquer pessoas públicas que se manifestam em relação ao nosso nome ou a algum nome da oposição são imediatamente patrulhadas, patrulhadas pela base do governo. Foi um gesto de coragem e um gesto de cidadania, ele expressou o seu sentimento. Recebo isso de forma muito positiva. Não conversamos ainda sobre como ele participará, mas seu apoio será sempre muito bem-vindo.

Sobre encontro com o governador Geraldo Alckmin.

Tenho conversado permanentemente com o governador Alckmin, tivemos juntos na semana passada, fazendo uma análise de Brasil. Temos preocupações comuns em relação a questões como segurança pública, a qualidade da saúde, conversamos um pouco sobre uma agenda para o Brasil. É um aliado, talvez, dentre tantos aliados importantes, o aliado mais emblemático que tenho nessa caminhada. As suas manifestações permanentes de apoio são para mim extremamente estimulantes.

Conversamos sobre eleições também, atualizando esses entendimentos finais. Estamos vivendo agora, nessas próximas três semanas, o momento definitivo das alianças. Por isso é natural que, em toda parte, recolhamos ansiedades e expectativas. O que vejo é um governador extremamente sereno, seguro da qualidade do governo que faz em São Paulo e percebo, até através de pesquisas que nós mesmos temos feito em São Paulo, uma consolidação do seu nome. Geraldo Alckmin será novamente governador de São Paulo e faremos uma campanha muito próxima, até porque a nossa vitória no plano nacional será extremamente positiva para o seu governo em São Paulo.

Sobre o candidato a vice na chapa em SP.

Fizemos avaliação dos nomes, não há porque não dizer isso, ele também me falou do quadro local, mas são questões que serão conduzidas com muita cautela. Geraldo é o mais mineiro dos paulistas. Ele leva isso até com muito mais serenidade e equilíbrio do que qualquer um de nós. Então vejo ele muito tranquilo, muito sereno. Falamos das opções que todos temos, obviamente, não vamos entrar em detalhes, porque foi uma conversa privada. Privada porque não temos o interesse ainda, hoje, de externar os avanços que estão acontecendo em vários campos. O que disse é que a decisão que ele tomar em São Paulo é a nossa decisão. Ele tem que ter absoluta liberdade, e o partido tem dado a ele essa liberdade, para construir a aliança que seja mais confortável à sua caminhada. Porque o fortalecimento do Geraldo é o que nos interessa. Com Geraldo Alckmin fortalecido em São Paulo, o PSDB está fortalecido no Brasil inteiro.

Como vai ser a campanha na Copa?

É uma experiência nova para todos nós.

O sr. disse que as alianças têm que sair em até três semanas.

Digo três semanas porque é o período das convenções. Começam as convenções e o fechamento, mesmo aquelas convenções que vão ocorrer no final do mês, os fechamentos vão estar ocorrendo nessas próximas três semanas. Pretendo fazer algumas viagens, tenho alguns convites para visitar alguns estados durante a Copa, mas a atenção das pessoas certamente não vai estar, prioritariamente, nas eleições. Mas no momento seguinte à final da Copa, portanto, a partir do início da segunda quinzena de julho, aí sim, acho que em uma velocidade muito grande a atenção das pessoas volta à questão eleitoral.

O que posso dizer, no plano nacional, é que as nossas alianças, as alianças que construímos nos principais estados brasileiros foram sempre as principais, as prioridades que estabelecemos lá atrás. Eu não teria nenhum estado onde eu dissesse, olha, fracassou a nossa tentativa. Ao contrário. As nossas alianças hoje são mais sólidas no conjunto dos estados brasileiros do que as alianças do próprio PT, a começar pelos principais estados brasileiros. Então, nesse período de construção de alianças acho que avançamos muito bem, estamos de forma sólida e isso, lá na frente, vai ser importante. Mas, mais do que isso, é o nosso discurso, que não se alterará.

O nosso discurso será sempre muito focado na boa qualidade da gestão pública, em um novo alinhamento com o mundo desenvolvido, no avanço dos nossos indicadores sociais com a qualificação do gasto público. Essa é a nossa agenda. Queremos nos apresentar cada vez mais como aqueles que têm as melhores condições de vencer as eleições e iniciar um novo tempo no Brasil.

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