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O recado das urnas

Na vida pública, vivemos para servir a sociedade como um todo. Se ela é a base de nossa atuação, não só por ser nosso objetivo, mas também o lugar de onde partimos, como políticos eleitos, é fundamental darmos atenção aos movimentos advindos dela.

Acabamos de sair de uma pleito nacional, onde o recado foi dado.

A candidata vencedora obteve pouco mais de 3% de votos de vantagem para o segundo colocado, num horizonte de 112 milhões de votos válidos, deixando patente a insatisfação de quase metade da população brasileira com a atual gestão e com a possibilidade de sua continuidade.

As urnas, além de elegerem seus candidatos, nos enviam recados importantes aos quais precisamos dar muita atenção.

Em 2014 o recado foi claro. A sociedade não está contente com o que tem vivido nos últimos anos da gestão política nacional.

Os escândalos de última hora que tornaram público o envolvimento de lideranças importantes para a federação, em desvios de dinheiro exorbitantes em áreas fundamentais da gestão, gerando uma dilapidação do patrimônio público sem precedentes, foi o golpe final na avaliação do atual governo. Sem contar os escândalos pregressos que levaram seus envolvidos às últimas consequências (se bem que já estão quase todos livres).

O governo atual venceu as eleições o que, de forma direta, desconstrói meu argumento.

Mas o recado está claro não só pela ínfima diferença da vantagem, como também pelo grande número de abstenções (30 milhões de pessoas) que podem significar não só a indiferença das pessoas para com a política, como também o seu profundo descontentamento com o que se vê atualmente.

O fato é que a governabilidade está comprometida, o povo está mais atento do que nunca, o governo está sub judice e temos não só a oportunidade como também o dever de fiscalizarmos de perto, como nunca, os passos que o governo dará à frente de nosso país, não acatando, nem assimilando mais os desmandos,  a corrupção generalizada, a utilização da máquina pública para favorecimento de quem a detém, o engordamento do estado para a acomodação política e o marketing enganoso que assume o protagonismo do que não foi e joga para debaixo do tapete o que é.

Estamos todos atentos.

As urnas gritaram e nós, como homens públicos, devemos ouvi-las, analisá-las, considerá-las e refletirmos acerca dos rumos que nossa sociedade enuncia, como nunca o fez, através das últimas eleições.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Hélio Nishimoto

Deputado Estadual – PSDB

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