O líder do PSDB na Câmara e vice-presidente jurídico do partido, Carlos Sampaio (SP), disse nesta segunda-feira (28) que a oferta de cargos ao PMDB não vai impedir a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. “Por mais que ela ceda cargos (ao PMDB), as pessoas percebem que estão abraçadas com alguém que já está afogada. É como se ela dissesse ‘governem para mim, que eu não tenho mais condições de governar’”, afirmou Sampaio durante seminário promovido pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, em São Paulo.
Segundo o tucano, há hoje 284 votos a favor do pedido de impeachment na Câmara. Apesar de o número ser menor do que os 342 votos necessários para aprovar a abertura do processo na Casa, é mais do que suficiente para dar início à tramitação da matéria por meio de recurso no plenário, caso o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), indefira os pedidos.
Neste caso, bastaria maioria simples (50% mais um) para aprovar o início da tramitação do processo de afastamento. Com isso, avalia Sampaio, outros parlamentares que hoje estão em dúvida tenderiam a apoiar o impeachment.
A expectativa do líder tucano é de que o processo de impeachment seja concluído em outubro na Câmara, seguindo, então, em novembro para o Senado.
O debate no Instituto Braudel contou também com as participações do jurista Ary Oswaldo Mattos Filho, professor de Direito na FGV, e do jornalista José Roberto de Toledo, do jornal “O Estado de S. Paulo”.