A Presidência da República mantém sob sigilo os dados referentes aos gastos com viagens da presidente Dilma Rousseff, uma contradição no discurso de transparência propalado pelo governo, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (13), pelo jornal Folha de S. Paulo.
O líder da Minoria na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), afirmou que as irregularidades envolvendo recursos públicos por integrantes do governo serão objeto de discussão no Congresso e também de ações no Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo ele, falta punição aos que se utilizam do “público como se fosse privado”.
E ressaltou: “Tanto as viagens da presidente Dilma, como o uso do helicóptero pela ministra, acabam sendo um tema só. É costume do PT misturar o público com o privado. O governo se apropria da coisa pública como se fosse sua. Tem de haver uma punição efetiva. Não se pode usar o dinheiro público desta forma.”
Leitão lembrou que se fatos semelhantes ocorrem em um município, há uma reação imediata contra o prefeito. “Se ocorre isso em um município, o prefeito é imediatamente acionado, podendo ser cassado, perdendo o mandato. Por que na União é diferente?”, reagiu.
A Folha informa que os custos e a organização da rotina de viagens são geridos pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Há poucas informações públicas, como o gasto com diárias, mas estão disponíveis de forma desorganizada, segundo o jornal. Não é possível saber o total de assessores envolvidos em uma viagem ou qual viagem fizeram, nem a circunstância em que a verba foi usada.
A reportagem ressalta que as reações contrastam com o discurso de Dilma, que se diz empenhada na transparência de gastos públicos -a Lei de Acesso à Informação foi sancionada por ela em 2011. Também coincide com o momento em que a presidente intensifica seu périplo pelo Brasil, com vistas às eleições.
Em 2013, Dilma bateu recorde de viagens pelo Brasil –71 dias (54,3% a mais que os 46 dias de 2012). Se as viagens de 2013 fossem feitas em voos comerciais, Dilma gastaria ao menos R$ 29 mil, segundo cálculos da Folha, considerando compras com antecedência de três meses.
