Brasília (DF) – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), rebateu, nesta terça-feira (04) a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que conclamou o diretório paulista do Partido dos Trabalhadores a ser mais veemente nas críticas ao governo tucano. A reação do tucano ocorreu após a entrega de um trem para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), segundo informações são de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Para Alckmin, a significativa queda no número de filiados do PT tem assustado o ex-presidente Lula. Segundo dados do TSE, de 2016 até maio deste ano, o partido registrou uma redução de 7.458 integrantes. É a maior perda de filiados da história da legenda, superior inclusive à registrada após a conclusão do julgamento do mensalão, em 2014.
“O Lula deu uma ordem para os petistas para nos atacarem. Mostra que ele tá com ‘medinho’, né? Ou com medão”, afirmou Alckmin, em entrevista coletiva.
Nesta segunda-feira (03), em reunião com as bancadas do PT em São Paulo, Lula reclamou da timidez do partido na oposição ao governo de Geraldo Alckmin, pedindo para que a gestão do tucano fosse ‘dissecada’ por seus aliados.
O ex-presidente petista também atribuiu os altos índices de popularidade do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), não ao sucesso de suas políticas para melhorar a capital paulista, mas ao pouco tempo de mandato.
Nas ruas
Na reunião, Lula ainda responsabilizou os petistas que se intimidaram pelos escândalos de corrupção envolvendo o partido, e não foram às ruas em defesa da sigla, pelo resultado negativo alcançado nas eleições municipais de 2016. “Na dúvida e no aperto, a rua é o melhor caminho”, disse o ex-presidente, investigado em cinco processos da Operação Lava Jato.
O conselho deverá ser tomado ao pé da letra. Segundo reportagem do jornal O Globo, o PT já prepara uma ofensiva para responder a uma eventual condenação de Lula pelo juiz federal Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá (SP). Na última semana, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou, por meio de nota, que a militância da legenda está mobilizada para “dar a resposta adequada para qualquer sentença que não seja absolvição completa e irrestrita”.
Já o presidente do PT no Rio de Janeiro, Washington Quaquá, foi ainda mais longe: divulgou uma nota em que prega o “confronto popular aberto nas ruas” caso o petista seja condenado por Moro.