RIO – A evolução do número de votos nulos e em branco nas últimas eleições, as dificuldades de captar recursos para as campanhas sem a doação de empresas e a proliferação de pequenos partidos dão o tom de urgência para que o Congresso Nacional e a sociedade discutam e encontrem soluções para a crise de representação na democracia brasileira. É o que pensa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, convidado a debater as propostas de reforma política na terceira edição do encontro “E agora, Brasil?”, promovido pelo GLOBO com apoio da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no Rio. O evento foi mediado por Míriam Leitão e Merval Pereira, com a presença de empresários e de editores e colunistas do GLOBO.
Propostas de mudanças no sistema político e eleitoral já tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado, mas o debate ainda não atingiu o consenso. Na última sexta-feira, na Maison de France, Fernando Henrique identificou três questões primordiais que os projetos devem solucionar: a fragmentação partidária, o sistema eleitoral e o mecanismo de financiamento das campanhas. Ele defendeu a adoção de uma cláusula de desempenho para restringir o número de partidos no Congresso; a substituição do sistema proporcional pelo voto distrital, começando a experiência pelas eleições municipais; e a volta das doações de empresas, mas com limites de valores e controles rigorosos impostos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Leia AQUI