Há cinco anos iniciei, pelo twitter, uma campanha para a retirada dos muros da Universidade de São Paulo junto à marginal Pinheiros na altura da raia olímpica. Sem eles, a vista de quem vai sentido zona Sul seria completamente diferente: libertaríamos a paisagem e poderíamos observar toda o verde da USP e as aguas da raia. Com o rio Pinheiros e sua margem ajardinada do outro lado da pista, os carros passariam em meio a este cenário verde e de águas. Um dos entusiastas foi o governador Geraldo Alckmin, que já havia criado imenso jardim às margens do Tietê e dado sequência ao Projeto Pomar na margem do Pinheiros.
As cidades devem ser pensadas também em seu sentido estético, portanto, devemos sempre buscar locais onde é possível livra-las de barreiras e da poluição visual. As praças da República e Princesa Isabel, por exemplo, há alguns anos eram cercadas por grades que atrapalhavam a circulação e eram desagradáveis esteticamente. Quando subprefeito da Sé, com José Serra na Prefeitura, nós as revitalizamos e melhoramos sua mobilidade retirando os gradis. Na Secretaria das Subprefeituras, demolimos dois quilômetros de muros e construções irregulares que escondiam a Guarapiranga e hoje, quem passa pela avenida Atlântica pode observar toda a represa. Também sugeri ao então governador Alberto Goldman que substituísse por grades os muros que cercavam os mais de 14 hectares de área verde do Instituto Biológico, desconhecidos por muitos.
Da mesma forma que a saída dos outdoors pela lei Cidade Limpa mostrou uma nova cidade, a retirada de muralhas, obstáculos e grades desnecessárias nos permite descobrir uma outra São Paulo.
Hoje, o governador Geraldo Alckmin lança projeto de revitalização das marginais começando pela do rio Pinheiros. Faz parte dele substituir o muro da USP por grades, integrando-a à paisagem paulistana. Ele vai além, criando uma ciclopassarela que liga a Cidade Universitária ao Parque Villa-Lobos, com acesso também à ciclovia da marginal. Mudanças como esta transformam São Paulo em uma cidade mais amigável, agradável e livre de barreiras, que convida os moradores para que a redescubram e a admirem ainda mais.