Início Bancada Para Alvaro Dias, proposta de Dilma de plebiscito é irresponsável e diversionista

Para Alvaro Dias, proposta de Dilma de plebiscito é irresponsável e diversionista

A proposta de plebiscito apresentada pela presidente Dilma é irresponsável, não é a forma mais adequada para se aprovar uma reforma política, e mais se assemelha a uma manobra diversionista para tirar o governo do foco de manifestações e protestos em todo o País. A opinião é do senador Alvaro Dias, que em discurso no Plenário, nesta quinta-feira (27/6), criticou tanto a iniciativa de Dilma de tentar submeter à população, em tão pouco tempo, um plebiscito sobre tema tão complexo como a reforma política, como de convidar a oposição para discutir a crise política atual.

Para Alvaro Dias, a reforma política é um tema complexo, que não pode ser respondido pelo “simples sim ou não” de um plebiscito, ainda mais com o pouco tempo que haveria para que ele fosse realizado. O senador também contesta os gastos que seriam gerados pela consulta popular, e para ele, a pressa em aplicar o plebiscito não é suficiente para que a população possa debater e entender os diversos itens da reforma.

O senador paranaense disse ainda que a proposta de Dilma busca encobrir a incompetência do governo no atendimento às demandas da sociedade, expressas por meio de manifestações populares realizadas em todo o país.

“Nossa posição é a de evitar a encenação, a manobra diversionista, o desvio de foco, a tentativa de aplacar consciências, de escamotear a realidade dos fatos. Nós podemos ler nas mensagens das ruas essas preocupações do povo brasileiro, a corrupção em primeiro plano”, afirmou o senador.

O Poder Executivo, disse Alvaro Dias, tem que priorizar e assumir a responsabilidade de buscar o consenso e oferecer ao país um modelo compatível com as aspirações do povo, que manifesta nas ruas as maiores revoltas populares das últimas décadas.

Alvaro Dias disse que Dilma foi “infeliz e mal assessorada” ao apresentar uma proposta de assembleia constituinte exclusiva para tratar da reforma política, agora transformada em plebiscito, o qual também apresenta “inconveniências de natureza prática”, relacionadas ao custo da iniciativa e ao tempo escasso para debater o tema.

“Não houve interesse da Presidência da República nesses anos [na reforma]. O Congresso faz a reforma política, mas nesse sistema presidencialista forte, quem conduz o processo legislativo é o Executivo. As questões que nascem no Legislativo acabam sendo secundarias no programa de deliberações”, afirmou.

Alvaro Dias também classificou de “encenação” o convite feito por Dilma à oposição para discutir a crise política atual, visto que o PSDB sempre ocupou a tribuna do Senado “para dizer o que o país precisa”.

“A Presidente quer reduzir o impacto negativo dessa extraordinária pressão popular contra as instituições públicas no País. Por que a oposição não foi convocada nos últimos dez anos? Por que só agora, por que só neste momento a Presidente quer transferir responsabilidades e dividir o ônus desse tremendo desgaste imposto por esta que é seguramente a maior revolta popular dos tempos modernos no Brasil?
Particularmente, eu não recomendaria ao meu Partido e às nossas lideranças ir ao Palácio do Planalto, porque o que a oposição tem de dizer, diz publicamente para todo o País, diz desta tribuna”, afirmou.

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