A permanência de Dilma no governo é um obstáculo para o Brasil enfrentar a explosão do desemprego, uma das faces mais perversas da crise econômica que atinge o país e torna a situação cada vez mais desesperadora. A avaliação foi feita nesta terça-feira (15) por deputados do PSDB diante da divulgação dos dados mais recentes pelo IBGE. Segundo o instituto, o desemprego fechou o ano passado com taxa média de 8,5%, a maior desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, em 2012.
Para o deputado Caio Narcio (MG), a realidade é ainda mais perversa do que a revelada pelos números. “O desemprego de 2015 não chega nem perto do que está acontecendo neste ano. No ano passado as empresas estavam tentando sobreviver para ver se havia uma melhoria, mas em 2016 estão demitindo”, apontou.
O IBGE estima em 8,6 milhões o número de desocupados no ano passado, uma alta de 27,4% em relação aos 6,7 milhões de 2014. A pesquisa mostrou ainda que houve queda de aproximadamente 900 mil no número de empregados com carteira assinada no setor privado.
De acordo com os estudos, no quarto trimestre o desemprego ficou em 9%. No mesmo período de 2014, era de 6,5%. A taxa do período de outubro a dezembro também é a maior para um trimestre desde o início da pesquisa. Nem em dezembro, que costuma gerar vagas e movimentar o comércio, o marasmo mudou. A Pnad Contínua coleta informações em 211 mil domicílios em 3.464 municípios do país.
Para Caio Narcio, a saída para este grave problema é trocar o governo para que o país retome a confiança. Ele acredita que é preciso adotar medidas sérias e claras que ajudem as empresas a retomar os investimentos e voltar a gerar empregos, formando um ciclo virtuoso.
“Se continuar com os juros altos e aumentando os impostos vão acabar de quebrar as empresas e diminuir o investimento. As pessoas perderam a confiança no país e, por conta disso, estão deixando de investir no Brasil. Se as pessoas não gastam, não investem, o país não evolui e o desemprego aumenta”, apontou.
Segundo o deputado Bruno Covas (SP), Dilma demonstra incapacidade para tirar o Brasil do buraco. “A única proposta apresentada pela presidente é a recriação da CPMF. Do jeito que estamos a única saída é a mudança no governo, seja por meio da renúncia, do impeachment ou da cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral”, defendeu.
(Reportagem: Elayne Ferraz/fotos: Alexssandro Loyola)