O deputado federal e líder da Minoria na Câmara, Nilson Leitão (PSDB-MT) criticou a crescente participação do marqueteiro João Santana nas ações promovidas pelo PT. Em reportagem publicada no último dia 30, a revista Veja aponta Santana como um ministro sem pasta: “o principal roteirista das ações do governo”. Para o parlamentar, o marqueteiro nada mais é que “uma peça partidária.”
Muitos dos pronunciamentos feitos pela presidente Dilma Rousseff em cadeia de rádio e televisão tiveram a supervisão dele, que foi responsável pela campanha petista de 2010, quando recebeu R$ 39 milhões. O publicitário também esteve à frente da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, em 2006, e mais recentemente, de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo, angariando R$ 30 milhões pelos serviços prestados.
Leitão também classificou como antidemocrático o viés propagandístico que o governo federal vem apresentando nos últimos meses. “Estão usando a máquina pública para promoção partidária, para assuntos que não dizem respeito aos interesses do povo. Esse uso indevido é crime. É antidemocrático, antirrepublicano, ilegal. Dilma está se fazendo maior que o governo, maior que o Brasil”, denunciou o parlamentar.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, os gastos na produção dos discursos da presidente Dilma Rousseff cresceram 37% desde seu primeiro pronunciamento, em fevereiro de 2011. Para se ter uma ideia, os quatro primeiros discursos feitos pela petista, em 2011, tiveram um custo unitário de produção de até R$ 66 mil. Já os três últimos, do final de 2012 ao começo deste ano, superaram os R$ 90 mil cada. Os 12 anúncios feitos ao todo já custaram aos cofres públicos um total de R$ 855 mil. Caso o valor atual seja mantido, o governo poderá contabilizar em maio, com o tradicional pronunciamento do Dia do Trabalho, cerca de R$ 1 milhão gastos com os anúncios em rede nacional.
“Perderam totalmente a vergonha. O PT confunde público e privado, partido e governo. Os gastos públicos têm que ser empreendidos em algo que efetivamente ajude a população. O governo não é uma estrutura privada”, afirma o tucano. O deputado disse ainda que a oposição vai reagir para acabar como o que ele define como “absurdo”. Para isso, reiterou a importância da aprovação do projeto de lei nº 4523, de sua autoria, que tipifica como crime o chamado estelionato eleitoral: o não cumprimento das propostas de governo registradas durante a campanha, bem como as promessas feitas no horário eleitoral em rádio e TV. Leitão pretende ainda apresentar um projeto que dispõe sobre os gastos do governo com divulgação.