“É tentar justificar o injustificável. Se o problema era o dispositivo que previa a criação da Comissão Interministerial, bastava vetar este artigo. Isso só confirma que foi um veto político, birra em admitir a paternidade do PSDB. A verdade é que para o PT a miséria não é um problema: é uma bandeira eleitoral”.
Essa foi a avaliação de Bruno Araújo (PE), líder do PSDB na Câmara, sobre o veto da presidente Dilma e a razão encontrada pelo Ministério da Fazenda para tentar justificar a discordância com a isenção de impostos para cesta básica na mesma lei que permitiu a desoneração para computadores e automóveis.
Araújo criticou ontem o “interesse público”, uma das razões previstas na Constituição Federal para vetos presidenciais. “Nada pode ser de maior interesse público do que oferecer alimento mais barato para a população”, disse o Líder tucano.
Como ficou clara a motivação politico-eleitoral, para não reconhecer o mérito de uma proposta do PSDB aprovada por unanimidade na Câmara, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, buscou nova justificativa: suposto vício de origem, por ser prerrogativa do Executivo propor a criação de uma Comissão para analisar o assunto.
O líder alertou que bastaria ser vetado o artigo que previa a Comissão para que os efeitos da isenção total de impostos da cesta básica fossem oferecidos de imediato à população. “Não existem razões para explicar o ato perverso da presidente Dilma”, finalizou.