Em discurso na madrugada desta quinta-feira, o senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que o impeachment da presidente da República é um remédio amargo, mas necessário diante da baixa popularidade de Dilma, do aumento do desemprego e das dificuldades na economia.“E agora este impedimento se impõe como um remédio amargo, mas é essencial. A continuidade do governo Dilma seria uma tragédia maior. Eu duvido que alguém desse plenário ache que nós chegaremos a 2018 sem que a situação se deteriorasse de maneira insuportável. Esse é o ponto a que chegamos: derretimento da produção e do emprego, derretimento das condições sociais de vida da população, deterioração moral no mundo político, a exacerbação dos conflitos dentro e fora da política e um verdadeiro risco, a meu ver, de colapso do Estado de direito”, disse.
Ao encaminhar o voto pelo afastamento, Serra ressaltou que Dilma não está sendo afastada do cargo por seus adversários, mas pela sucessão de erros que ela e seu partido deflagaram desde o seu primeiro mandato.
“Eu quero dizer de maneira muito clara. A presidente da República não está sendo derrubada por seus adversários. Não está sendo derrubada por um grupo de conspiração. Esta sendo destituída pela marcha de insensatez que ela e seu partido deflagraram. São os fatos, a dura realidade dos fatos, e não a astúcia de seus opositores, que provocaram a atual situação de estarmos às vésperas de um impedimento dramático”, acrescentou.Segundo Serra, o impeachment não representa o fim dos problemas do país. O tucano criticou o que chamou de “retórica do golpe” e ressaltou que o rito do impeachment está previsto na Constituição.
