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Para tucanos, Dilma bajula aliados e troca ministros apenas de olho nas eleições de 2014

As recentes mudanças feitas pela presidente Dilma na Esplanada demonstram sua preocupação com as eleições de 2014 e o descompromisso com a administração do país. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (18) pelos deputados Antonio Imbassahy (BA) Pinto Itamaraty (MA). Os tucanos afirmam que as trocas no comando dos ministérios da Agricultura, do Trabalho e da Aviação Civil foram motivadas puramente por alianças políticas, deixando a preocupação com a boa gestão em segundo plano.

Garantir apoio, ter tempo de TV na campanha eleitoral e espaços cada vez maiores aos principais aliados parecem ser, na avaliação dos deputados, as reais razões para a chamada “reforma ministerial”. Em lugar dos antigos ministros, nenhum técnico ou especialista foi convidado.  A própria petista afirmou durante a posse de seus novos funcionários: “Temos que fortalecer nessa diversidade as forças que sustentam um governo de coalizão”. Foi neste processo para abrigar aliados que o país chegou a 39 pastas, ante 26 no governo FHC.

Mendes Ribeiro deu lugar ao também peemedebista Antônio Andrade na Agricultura. No Trabalho, Carlos Lupi deixou o cargo para Manoel Dias, sendo ambos do PDT.

Como a secretaria de Assuntos Estratégicos não parecia suficiente ao PMDB, Moreira Franco partiu para a Aviação Civil. A cerimônia de posse ocorreu no último sábado (16). Poucos dias antes havia sido oficializada a criação do 39º ministério: o da Micro e Pequena Empresa, para alocar o mais recente aliado do governo, o PSD, que acabou optando por não ocupá-la.

“A presidente não está fazendo nenhuma mudança que não seja visando 2014. Ela pensa muito mais nisso do que na administração de seu governo. A mudança de cargos, de nomes, a autoafirmação do PMDB e do PDT, cargos oferecidos ao PR, tudo tem em vista as eleições”, destacou Pinto Itamaraty, ao ressaltar que o Estado brasileiro nunca teve uma máquina pública tão inchada.

Imbassahy afirma que a imagem de boa gestora de Dilma vendida por Lula caiu por terra. Para ele, as trocas ministeriais representam descompromisso com os interesses nacionais e faz com que pastas como a da Agricultura, responsável por administrar a colheita da maior safra de grãos da história e ajudar a enfrentar o apagão logístico, fiquem entregues a interesses partidários e eleitoreiros.

“Quando se faz uma mudança de ministros, a ideia deveria ser racionalizar o dinheiro público e obter melhores resultados para a população, mas não é nada disso que a presidente está fazendo. Ao contrário: ela amplia o número de órgãos, o que significa mais desperdício do dinheiro público”, afirmou o tucano, ao ressaltar que a tão propagada faxina ética não passou de marketing. “Ela está trazendo de volta os mesmos grupos afastados durante a tal faxina. Isso é ruim para a imagem dela e vai comprometer o governo nos próximos anos”, alertou.

O senador Aécio Neves (MG) tem a mesma opinião. O tucano afirma que nas verdadeiras democracias as reformas ministeriais costumam ter como objetivo corrigir rumos, melhorar a eficiência da administração e, quando possível, diminuir o peso da máquina pública. “No governo Dilma, ocorre o contrário. A máquina só faz inchar e a busca pela eficiência foi substituída pela lógica da reeleição. Ao que parece, a prioridade é garantir alguns segundos a mais na propaganda eleitoral em vez de fazer o governo funcionar. Quem paga a conta sempre são os brasileiros”, disse.

Nas palavras do empresário Jorge Gerdau, colaborador direto do governo e presidente da Câmara de Políticas de Gestão da Presidência da República, é uma “burrice” a existência de 39 ministérios no país. De acordo com a edição da revista “Veja” da semana passada, só neste ano serão gastos R$ 212 bilhões com salários e outras despesas de custeio, como viagens, alimentação e material de escritório para manter essa gigante estrutura.

R$ 3,3 bilhões
É quanto o governo economizaria por ano se adotasse a proposta apresentada ano passado pelo PSDB de reengenharia administrativa do governo federal. Mas assim como Lula, Dilma está optando pelo caminho inverso ao criar ministérios e inchar a máquina pública. As gestões petistas ampliaram o número de pastas de 26 (final do governo FHC) para 39. 

Do PSDB na Câmara

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