Nesta semana houve um episódio que poderia ser tratado como um incidente banal, ou um fato curioso, não fosse o protagonismo da presidente da República, Dilma Rousseff.
O acontecimento foi uma homenagem que o governo federal faria aos atletas paraolímpicos, vale dizer, atletas com alguma deficiência física que participaram dos Jogos Para-Panamericanos.
O resultado para o Brasil foi positivo, melhor que os últimos obtidos, e os atletas foram ao palácio do governo para receber a homenagem.
O cerimonial do palácio determinou a entrada conjunta dos atletas vestidos de amarelo, alguns deles cadeirantes e, ao mesmo tempo, foi chamada a presidente Dilma para adentrar o recinto, acompanhada de uma comitiva de funcionários de alto nível.
As duas colunas, de atletas e de funcionários, se dirigiram, no mesmo momento, para o palco da homenagem, o que ocasionaria, curiosamente, uma “colisão” das mesmas.
Um funcionário do cerimonial do palácio, percebendo o que ocorreria, fez um gesto, uma reação espontânea e improvisada, esticando um braço na frente da presidente, paralisando o seu andar, para que a coluna de atletas passasse.
A presidente fechou a cara, gesticulou e reclamou do funcionário, e se postou atrás de sua comitiva ainda discutindo e ralhando enquanto os atletas passavam. Isto é visível nas fotos que os jornais publicaram e nos vídeos dos telejornais.
Vi as cenas e fiquei a pensar no desequilíbrio emocional da presidente e na sua personalidade agressiva e autoritária, como se um presidente não pudesse ser barrado, justificadamente, por um funcionário qualquer, que o fez corretamente e que reagiu de forma espontânea na situação inusitada que havia sido criada.
No mínimo alguém com a sua responsabilidade, com a cabeça no lugar, diante de uma plateia e em uma homenagem a atletas, alguns com dificuldades de locomoção, e naquelas circunstâncias, teria tirado a questão “de letra”, isto é, aplaudiria os homenageados.
Seria simpático e adequado para a situação. Pelo contrário deu um show de arrogância e desequilíbrio.