Início Bancada Petrobras: Prejuízo com a refinaria de Pasadena poderia ter sido bem menor

Petrobras: Prejuízo com a refinaria de Pasadena poderia ter sido bem menor

 O prejuízo bilionário registrado pela Petrobras com a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, poderia ter sido bem menor, caso a estatal tivesse firmado um acordo com a empresa parceira no negócio, a belga Astra Oil. Segundo reportagem desta terça-feira (22) do jornal Folha de S. Paulo, os ex-sócios, de quem a Petrobras comprou metade da refinaria em 2006, ofereceram ao então presidente José Sérgio Gabrielli recomprar sua fatia no empreendimento, em 2007. A oferta foi recusada.

No total, a Petrobras desembolsou mais de US$ 1,25 bilhão pela refinaria. O negócio foi adquirido pela belga Astra Oil, em 2005, por apenas US$ 42,5 milhões.

“Era realmente um esquema, né? Para ganhar dinheiro nas costas da Petrobras, para beneficiar não só os advogados, como os lobistas”, avaliou o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF).

Para o parlamentar, as vantagens concedidas a terceiros seriam a única razão plausível para a concretização da venda, já que as negociações estavam fadadas ao fracasso.

“A Petrobras sempre teve a opção de não fazer o acordo. Foi feita uma proposta [pela Astra], que ficaria em torno de US$ 690 milhões, mas acabou que o governo deu continuidade ao processo e teve um prejuízo de mais de US$ 1,2 bilhão. Além da ineficiência, ficou clara também a demonstração de incapacidade não só dos gestores da diretoria executiva, mas também do Conselho de Administração, presidido pela presidente Dilma”, afirmou.

Responsabilidade

Izalci criticou ainda o “cabo de guerra” travado entre o ex-presidente da estatal, Gabrielli, e a presidente Dilma Rousseff pela responsabilidade no caso da compra da refinaria.

“Na prática, eles não assumem as suas responsabilidades. A presidente talvez tenha razão: ela tomou uma decisão sem ter conhecimento, demonstrando a sua ineficiência em termos de gestão. Não é possível uma pessoa com poder de decisão em uma aquisição de quase R$ 3 bilhões dizer que não tinha conhecimento de determinadas cláusulas”, assinalou.

“No fundo eles sabiam disso. Sabiam do prejuízo que estavam causando à Petrobras. Mas agora, na hora da verdade, cada um diz uma coisa”, acrescentou o parlamentar.

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