O ex-deputado e ex-presidente do PP Pedro Corrêa, condenado por sua participação no escândalo do Mensalão, esquema de compra de apoio político no Congresso, e preso desde abril por envolvimento no Petrolão, esquema de propina em contratos de empreiteiras com a Petrobras, revelou a procuradores do Ministério Público que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff não só sabiam da existência do Petrolão, mas agiram pessoalmente para mantê-lo em funcionamento.
As informações são da revista Veja (25/9). De acordo com a publicação, o ex-deputado negocia há dois meses um acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato. Caso a colaboração ocorra, Corrêa será o primeiro político envolvido no esquema a conseguir um acordo com a Justiça.
Segundo o ex-líder do PP, a cúpula da cadeia de comando do Petrolão estaria um degrau acima da Casa Civil, considerada até agora pelos procuradores da Lava-Jato como o cume da organização criminosa. Em conversas preliminares, Pedro Corrêa afirmou que o esquema nasceu em uma reunião no Palácio do Planalto, da qual participaram o então presidente Lula, integrantes do PP, o então ministro da Casa Civil José Dirceu e o presidente da Petrobras à época, José Eduardo Dutra.
De acordo com a Veja, a pauta da reunião foi a nomeação de Paulo Roberto Costa – uma das peças-chave no esquema de corrupção – para a diretoria de Abastecimento da Petrobras. Segundo Pedro Corrêa, o presidente Lula interviu a favor da indicação de Costa, e ameaçou demitir toda a diretoria da Petrobras caso sua ordem não fosse cumprida.
O ex-presidente, destacou Corrêa, tinha plena consciência de que o objetivo de seus aliados era instalar operadores na estatal para arrecadar dinheiro e fazer caixa de campanha. Ainda de acordo com o ex-deputado, o esquema, que desfalcou pelo menos R$ 19 bilhões dos cofres da Petrobras, foi mantido no mandato da atual presidente Dilma Rousseff, com anuência dela.
Do PSDB Nacional