Os deputados Carlos Roberto (SP) e João Campos (GO) disseram que a má gestão da política indigenista do governo Dilma e o viés ideológico do PT dentro da Funai são os principais responsáveis pelos recentes conflitos entre índios e fazendeiros. Para os tucanos, o problema não será solucionado com a troca no comendo do órgão. Por problemas de saúde, Marta Azevedo deixou a presidência, assumida por Maria Augusta Assirati.
Para Carlos Roberto, a gestão petista fracassou na questão indígena. “Na prática não há gestão. Eu vejo realmente como um fracasso do governo do PT nesses 10 anos essa questão do índio no nosso país”, afirmou.
O parlamentar acredita que demarcação de terras não deve ser feita por meio de mapas. É preciso visitar e conhecer a realidade local. “Gestão é você ir a campo, conversar com as pessoas, sentir o clima, a tensão que está no campo. E como isso não foi feito, o resultado está aí”, criticou.
Para João Campos, a mudança na presidência não mudará o cenário. Segundo ele, o que vem acontecendo na Funai é uma política do PT. “É preciso que a política indigenista brasileira, inclusive no que se refere à demarcação das terras, seja uma política de Estado republicana, levando respeito à população indígena. Mas o direito também das pessoas produtivas, que ao longo do tempo foram induzidas pelo governo brasileiro a ocuparem essas áreas”, observou.
De acordo com o tucano, o governo federal trata os conflitos usando uma perspectiva ideológica. “E isso só tem gerado conflitos, mortes, insatisfação, dificuldades. Eu já estive visitando umas dessas localidades e observei que em várias situações o governo é que gerou o conflito. O governo tem que estar preparado para dirimir as questões, não estimulá-las”, protestou.
Nos governos Lula e Dilma houve um aumento de 168% no número de assassinatos de índios em comparação ao governo Fernando Henrique Cardoso. Nos últimos 10 anos, foram mortos 560 índios, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Estudos da Empresa Brasileira de Produção Agropecuária (Embrapa) mostram que não existem índios em pelo menos quatro áreas indicadas pela Funai para a demarcação e que índios vindos do Paraguai estariam ocupando terras no Paraná.
Do PSDB na Câmara