O deputado Duarte Nogueira (SP) alertou para o impacto do chamado custo Brasil na economia. O tucano afirmou que a política adotada pela gestão petista impede o desenvolvimento e o crescimento do país. “O Brasil voltou a ter a inflação crescente e as taxas de juros colocam o país novamente na maior do planeta. A inflação é preocupante, porque ela atinge o mais pobre com o imposto inflacionário. A economia não cresce. Durante os governos Lula e Dilma, a taxa de crescimento foi 2,6%, mas no entorno da América Latina foi de 5,8%”, ressaltou.
Para o tucano, o governo do PT é um atraso para a nação. “O custo Brasil é o custo PT, que inviabiliza o investimento da iniciativa privada, tolhe o empreendedorismo, não resolve os problemas logísticos e os gargalos por incompetência e ineficiência”, declarou.
O parlamentar disse que houve um aparelhamento dos órgãos de fiscalização e controle, que deveriam trabalhar em favor do desenvolvimento. “Isso gerou 10 anos de atraso nesse avanço da infraestrutura. Todos os cronogramas de projetos de logística estão muito atrasados. Ales não conseguem sequer executar o orçamento do PAC, que também acaba emperrando o investimento de outros setores privados”, declarou.
Segundo o deputado, o cenário atual da economia revela a falta de articulação e de capacidade da presidente Dilma em realizar investimentos e alavancar o setor. “Todos os indicadores mostram que o PIB subiria muito mais se houvesse capacidade do Estado de executar as obras que ele não consegue tirar do papel”, condenou.
Nogueira lembrou que o Brasil caiu oito posições no ranking do Fórum Econômico Mundial e hoje ocupa o 56º lugar. O índice mede a eficiência e a produtividade de uma centena de países, incluindo a Venezuela, a Argentina, a Bolívia, o Chile, o Peru e o México. “São países vizinhos aqui das Américas com economias semelhantes à nossa, mas que estão indo muito melhor do que o Brasil, que não fez sua lição”, apontou. “Há, portanto, uma enorme defasagem entre a propaganda do governo em termos de infraestrutura e aquilo que as pessoas percebem ao andar nas rodovias, nos aeroportos e nos portos”, completou.
O deputado apontou que o governo federal, além de não realizar os investimentos necessários, não sabe privatizar. Segundo ele, o leilão do campo de Libra é um exemplo da incompetência petista. “Onde eles mexeram, estragaram. O leilão de Libra é uma privatização simbólica para o PT, que sempre foi contrário e vociferou contra isso. A presidente Dilma prometeu na campanha eleitoral que não privatizaria o pré-sal e fez uma privatização capenga, sem competidores, sem ágio e com prejuízos enormes, sem auferir êxitos que poderiam trazer resultados para o povo brasileiro”, reprovou.
Duarte Nogueira criticou os velhos gargalos que atrapalham a agricultura. Segundo o tucano, a burocracia e a carga tributária tiram a competitividade do país. “O Brasil é um dos países mais competitivos do mundo em termos de produção agropecuária, atingimos níveis de excelência em agricultura tropical. No entanto, da porteira para fora temos burocracia, carga tributária e apagões logísticos na área de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, o que gera situações muito bizarras”, disse.
Conforme destacou, a saca da soja produzida no Mato Grosso custa em média R$ 60. Para ela ser colocada no Porto de Santos, o empreendedor gasta R$ 120 por tonelada e, para exportar o produto para a China, o custo é de R$ 60. “Então, só aí se tem uma ideia do enorme custo Brasil depois da porteira, o que inviabiliza o emprego, a renda e tira a competitividade. O Brasil, sobretudo no agronegócio, ficou caro antes de ficar desenvolvido”, ponderou.
De acordo com o parlamentar, o setor precisa de incentivos. “É tarefa de todos nós criarmos os instrumentos necessários, sobretudo por meio de concessões, parcerias com a iniciativa privada e modelos de privatização para ajustar esse pós-porteira para que a gente não perca competitividade e clientes, possa abastecer o mercado interno com produtos de qualidade a preços acessíveis e ter excedentes exportáveis para gerar fatos positivos na balança comercial brasileira”, afirmou.