Brasília – Virou rotina e as manchetes de jornais têm se repetido com frequência. Quando as luzes se apagam, o cidadão nem demonstra mais tanta surpresa. No início da madrugada desta sexta-feira (26), mais um apagão atingiu o país. Desta vez, Norte, Nordeste e parte do Tocantins ficaram sem energia. Em Pernambuco, a situação foi a mais grave. O blecaute atingiu todas as cidades do estado.
Segundo informações preliminares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema foi causado por um incêndio em uma rede de transmissão. O fogo, ainda de acordo com o ONS, começou depois de um curto-circuito na linha de transmissão entre as estações de Colinas (TO) e Imperatriz (MA).
O deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) lembra que, ao assumir a Presidência da República, a petista Dilma Rousseff afirmou que a era dos apagões estava encerrada. Além disso, o titular da pasta de Minas e Energia garantiu que o sistema elétrico brasileiro era robusto, moderno e um dos mais seguros do mundo. “O cidadão perdeu a confiança no governo. As autoridades estão completamente perdidas, batendo cabeças. O ONS transformou-se em Operador Nacional do Apagão e só aparece para justificar o injustificável”, critica. “É ainda mais lamentável que o governo tente sempre minimizar os ocorridos. O que se espera é uma revisão das práticas no setor e o afastamento dos incompetentes e irresponsáveis que comandam a área”, avalia.
“A cada apagão, inclusive aqueles ocorridos recentemente no Distrito Federal, os dirigentes públicos do setor elétrico nacional dão uma explicação específica, mas, até agora, ainda não admitiram claramente que a causa básica é a inexistência de planejamento, coordenação e investimentos. Se, eventualmente, eles fizessem isso seria uma crítica dura à incapacidade da ex-ministra de Minas e Energia e atual presidente da República, Dilma Russeff”, completa o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR).
Memória dos apagões
– 2008: sexto ano de Lula como presidente e de Dilma Roussef como ministra, o país correu um risco de apagão ainda maior do que o de 2001. A revelação aconteceu em janeiro de 2009 e partiu de Jerson Kelman, que estava deixando a direção geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), depois de quatro anos.
– 10 de novembro de 2009: 18 estados (além do Paraguai) e 70 milhões de pessoas ficaram às escuras no país por, pelo menos, quatro horas. Um raio – que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nunca detectou – teria provocado, segundo as autoridades, a interrupção da energia de Itaipu. Num efeito dominó, a pane desligou 15 linhas de transmissão por todo o país.
– Outubro de 2011: levantamento da Aneel mostrou que 48% das obras de reforço do sistema de transmissão de energia estavam com atraso de 14 meses, em média.
– Agosto de 2012: cada cidadão ficou cinco horas sem luz no primeiro semestre.
– Outubro – um incêndio em um equipamento acessório de um dos quatro transformadores da usina hidrelétrica de Itaipu deixou parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além dos Estados do Acre e Rondônia, sem energia por cerca de meia hora.
(Do PSDB nacional)
