Início Eleições 2012 População carcerária do Brasil é 55% maior que a média global

População carcerária do Brasil é 55% maior que a média global

O governo petista finalmente conseguiu fazer com que o Brasil passasse a frente do resto do mundo em um quesito: o número de presos. Segundo duas listas, compiladas em 2003 e 2013 pelo International Centre for Prison Studies (ICPS), da Universidade de Essex, na Inglaterra, a população carcerária do Brasil cresceu 71,2% nos últimos dez anos, contra 8% da média dos demais países.

Os números mostraram que os brasileiros mantêm na cadeia 55% a mais de presidiários que o resto do mundo. As informações são de reportagem desta quarta-feira (22) do jornal O Globo.

A pesquisa ressaltou que o número de presos no Brasil deu um salto na última década. Para efeitos de comparação, em 2003 o país ocupava a 73ª posição no ranking per capita das nações com mais presos, com 160 a cada 100 mil habitantes. A média mundial era de 164. Já em 2013, o Brasil subiu 26 posições, ocupando o 47º lugar. Enquanto o índice mundial foi de 177 presos, o brasileiro aumentou para 274.

Alerta
Os dados evidenciaram ainda um fator alarmante. Em números absolutos, a população carcerária do Brasil passou de 285 mil para 548 mil nos últimos anos, um ritmo que é significativamente maior que o de crescimento da população. O país também passou da quinta para a quarta colocação no ranking mundial de países com mais presos, atrás somente dos Estados Unidos, China e Rússia.

Para o deputado federal William Dib (PSDB-SP), integrante da comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, todos os problemas do sistema carcerário brasileiro têm origem em um mesmo ponto: a falta de educação básica.

“Um país que não investe em educação tem muita dificuldade de conter a violência e a própria cultura da impunidade. Isso porque grande parte da sociedade, um número cada vez maior, é submetida a um sistema carcerário que não conserta e nem reabilita o cidadão”, disse.

Em seguida, Dibb afirmou que: “Dessa forma, é muito difícil a redução de apenados no país. Simplesmente afastar as pessoas do convívio social, e colocá-las em condições precárias, não resolve. A Justiça, responsável pelo sistema carcerário do país, precisa investir na ressocialização para as futuras gerações”.

Crises
O parlamentar salientou que as recentes crises no sistema penitenciário brasileiro, com rebeliões na Central de Custódia de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, e em outros presídios do país, são um sinal de que é preciso mudar.

“O Maranhão é um dos piores estados do Brasil em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em escolas, então essas rupturas são um reflexo da sociedade. No Brasil, o sistema carcerário está ruim porque o Judiciário está ruim, a sociedade está em constante atrito”, avaliou.

Dibb acrescentou que: “É muito difícil comparar. Outros países já conviveram e superaram, no século passado, os problemas que estamos vivendo hoje”.

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