Campanha “Crack, a melhor saída é nunca entrar” foi baseada em um relato
real de um homem que teve a sua vida afetada pelas drogas
Para marcar o Dia Mundial Contra as Drogas, celebrado na próxima segunda-feira (26), a Prefeitura de São Paulo iniciou neste domingo (25) a campanha “Crack, melhor saída é nunca entrar”, baseada no relato real de um homem que teve a sua vida afetada pelas drogas.
“É uma campanha que toca muito o sentimento das pessoas, que com a emoção mostra os efeitos das drogas. Ela traz um impacto para que as pessoas reflitam sobre a educação dos seus filhos, dos seus netos, para ficarem longe das drogas. Os efeitos disso são demonstrados nesse comercial e depois será sucedido por outras campanhas”, diz o prefeito João Doria.
A ação faz parte das ações educativas do Projeto Redenção. A ideia é unir e mobilizar a sociedade e as instituições públicas na prevenção, para que os jovens não entrem no mundo das drogas. Além do vídeo, serão publicados materiais em jornais, pontos de ônibus e salas de cinema.
Na campanha, feita pela agência Nova/SB, um homem entra em uma sala e vê fotografias antigas sobre a sua vida, até que ele se olha no espelho e começa a chorar. No final, surge a frase “O crack destrói uma vida inteira. Quando você vê, já não se vê. Crack. A melhor saída é nunca entrar”.
A música foi composta especialmente para o filme. A campanha custou R$ 4,9 milhões em junho, para mídias de TV. Haverá outras ações voltadas à prevenção ao crack até agosto.
Veja o texto da campanha que circula nos jornais:
“Quer conhecer os efeitos do crack?
Experimente aqui.
O efeito alucinógeno do crack dura mais ou menos o tempo que você levou para chegar até este ponto do texto.
Meros 5 segundos. 5, 4, 3, 2, 1, acabou. A descida do céu para o inferno é imediata. Depois desses segundos de prazer, o que vem são muitas horas de um sentimento de tristeza muito mais forte do que a pior tristeza que você já sentiu. A sensação é terrível: a de que você não pertence a este mundo.
E, justamente por não pertencer a ele, vai achar que todos os outros estão de olho em você, falando de você, perseguindo você. É a Paranoia, que chegou para fazer companhia. Paranoia da qual você ficou tão íntimo que já
chama pelo apelido: Nóia. O mais triste é que os outros também passam a chamar você assim: Nóia. Logo depois dela, vêm os espasmos musculares, as convulsões e um aumento brutal dos batimentos do coração. Como se não bastasse, um ataque epilético ou cardíaco, um derrame cerebral e uma insuficiência respiratória também podem fazer uma visita-surpresa.
Para fugir disso tudo, você corre em busca de outra pedra de crack. E, na hora em que menos espera, olha só quem chega: o Vício. E chega exigindo o lugar que antes era ocupado por seus amigos e sua família.
Você vai se afastar de tudo: de casa, do trabalho, do estudo, do carinho, do amor. Em pouco tempo, você se transforma numa pessoa que não é você, vivendo uma vida que não é a sua e que você não imaginou viver nem nos seus piores pesadelos.
O crack vai fazer com que você não tome mais banhos. Que o seu banheiro seja qualquer canto. Que as suas roupas sejam unicamente aquelas que você está usando.
E você não vai dar a mínima pra isso. Porque o seu único objetivo e o seu único prazer na vida já são um só: o crack. Um prazer de 5 segundos. Duas linhas deste texto.
Você pode partir para o crime, para o roubo, o tráfico ou a prostituição. Você pode ir morar na rua – para ficar longe de quem quer ajudar e perto de quem vai fazer você se afundar cada vez mais na droga. Sua vida desmorona na mesma velocidade em que a dos traficantes prospera. Você deve estar se perguntando: com todos esses efeitos terríveis, por que as pessoas que entram no crack não saem? A resposta é simples e dolorosa: porque, uma vez no crack, é muito difícil sair.
Por isso, o comprometimento da Prefeitura em enfrentar o crack é imenso. Por um lado, prevenindo sobre o uso da droga e, por outro, acolhendo e cuidando de quem, infelizmente, se tornou dependente. E esse trabalho não vai parar.
O crack é uma doença crônica que terá que ser tratada pelo resto da vida. Mas existe uma vacina contra essa doença nefasta. Com ela, você fica imune. Essa vacina é dizer “NÃO” na primeira vez que lhe oferecerem crack. E repetir a dose sempre que for necessário. Todos os que experimentaram essa vacina contra o crack garantem: o efeito é rápido e a eficácia é de 100%.
CRACK. A MELHOR SAÍDA É NUNCA ENTRAR.”