O prejuízo operacional da Empresa de Correios e Telegráfos na remessa de cartas, telegramas e cartões – atividade na qual detém monopólio – comprova a incapacidade do governo do PT.
Os dados foram publicados nesta terça-feira (21) pelo “Estado de S. Paulo”. Apesar dos números, a companhia tem planos de participar do leilão do trem-bala, montar uma empresa de telefonia celular, ter uma frota aérea e até comprar os Correios de Portugal.
O resultado negativo nesse segmento preocupa o conselho fiscal, que, em outubro, chamou a atenção para o déficit crescente. A folha de pessoal consome 58,25% da receita total da empresa pública, o que também motivou pedido de explicação do conselho.
O resultado final dos Correios foi salvo por causa da receita financeira, obtida com luva de R$ 3,3 bilhões recebida do Banco do Brasil para exploração do Banco Postal, que abriu agências bancárias dentro dos postos dos Correios, e aplicações financeiras. Mesmo assim, o lucro da companhia vem caindo. Até novembro, o lucro líquido em 2013 era de R$ 203 milhões – menos que o R$ 1,06 bilhão registrado no mesmo período de 2012.
Além disso, a equipe econômica da presidente Dilma vem lançando mão de artifícios para maquiar os números. O efeito foi sentido na Bolsa de Valores. Sob o comando de Graça Foster, que assumiu a companhia em 2012, o valor das ações da Petrobras despencou 27%. Segundo analistas, o quarto trimestre deve ter sido ser “salvo” pela venda de US$ 2,6 bilhões em ativos no Peru – outra manobra.
Por outro lado, será nesse trimestre que a empresa vai contabilizar o cheque de R$ 6,5 bilhões pela compra de 40% do campo de Libra, no primeiro leilão do pré-sal, além das compras que fez na 12ª rodada de licitações de blocos da Agência Nacional do Petróleo e o expressivo aumento de importações de diesel e gasolina.