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Ramalho: preocupação do governo com economia tem razões partidárias

Ramalho criticou a falta de transparência do governo petista ao lidar com os gastos públicos

A apreensão de economistas e investidores quanto à confiabilidade da economia brasileira é compatível com os últimos indicadores econômicos. Além do pífio Produto Interno Bruto (PIB) de 1%, a inflação alcançou um índice de 5,84% em 2012, consideravelmente superior à meta de 4,5% estabelecida pelo governo. E para 2013, as previsões do mercado não são nada animadoras. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na semana passada, a expectativa é que a inflação continue alta, com um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,65%, enquanto o PIB fique em 3,19%, abaixo da estimativa de 4% do Ministério da Fazenda.

O clima de pessimismo generalizado também começa a afetar o governo. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o temor dos conselheiros políticos de Dilma Rousseff é que o fraco desempenho da economia em 2012 se prolongue, afetando um dos maiores pilares de popularidade da presidente: o mercado de trabalho. De janeiro a novembro de 2012, a indústria registrou queda de 0,2% no emprego na comparação com 2011. Apesar do desempenho do comércio e dos serviços terem compensado o dado negativo, a desaceleração do mercado e a desindustrialização são motivo de ansiedade.

Para o deputado estadual Antonio Ramalho (PSDB-SP), presidente do Núcleo Sindical do PSDB, a preocupação da administração federal tem razões partidárias. “O governo está desesperado. 2014 é ano de eleições e, apesar dos bons índices de popularidade, se Dilma escorregar em um degrau, ela cai para zero. Só que, ao invés de promover uma reforma nas contas públicas, o governo enterra obras do planejamento, tira verba da saúde e outros setores para investir em outras áreas”, avalia. “O governo está igual zumbi, correndo de lá para cá. Dá para sentir na pele a preocupação com as eleições, ao invés da resolução de problemas do povo brasileiro. Precisamos de uma janela de saída da pobreza. Encontrar formas de construir, movimentar a economia, girar a roda do desenvolvimento, com planejamento e estratégia”, considera.

O tucano acredita que a atual situação econômica em que o país se encontra se deve a uma série de erros gerenciais. “A perspectiva do mundo, dos investidores internacionais, era de que o Brasil crescesse. Mas se olharmos hoje nos jornais, o que vemos são obras empacadas, crise no setor elétrico e o governo tirando dinheiro de um monte de fundos para tampar o rombo da balança econômica. Só não tivemos um apagão porque o pibinho foi de 1%, se tivesse alcançado níveis maiores estaríamos no escuro”, aponta.

Ramalho também critica a falta de transparência do governo petista ao lidar com os gastos públicos, o que colabora para a perda de credibilidade do país no cenário internacional. “O que o governo faz é o chamado cobertor curto. Cobre o rosto e descobre o pé. Faltou planejamento estratégico. A política do discurso é uma característica proeminente do PT. Faz um discurso muito bonito, mas não realiza nada. A filosofia é muito bonita, mas na prática precisamos de coisas concretas. Precisamos de pessoas com espírito de visão e gestão pública”, completa.

Do PSDB Nacional

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