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Presidente, tenha vergonha na cara

alberto-goldman-foto-george-gianni-psdb--300x199Partidos e políticos não costumam ser muito éticos quando envolvidos nos debates eleitorais. Raramente contestam seus adversários com argumentos honestos e consistentes. Frequentemente distorcem os fatos, apresentam dados falsos, não falam a verdade. Expressam, às vezes, opiniões e conceitos que eles mesmo não sustentam. Isso não deveria ser a regra geral. Mas, infelizmente, é. Exceções existem e cabe a cada cidadão perceber onde está a verdade, quem a expressa e quem colabora para o papel precípuo desses, partidos e políticos, que seriam o bem estar comum da população.

Quando me refiro a esses personagens devo fazer uma exceção indispensável: o presidente da República. Pela sua posição, pelo seu papel, pela simbologia do cargo e pela sua importância no exemplo de conduta que o identifica como a figura de maior responsabilidade na vida pública, ele não pode se portar como qualquer militante partidário ou um agente político de menor importância. Quando o faz, macula seu cargo, minimiza o seu papel e, pior, mostra o seu verdadeiro caráter.

Na vida, homem ou mulher sem caráter não é nada. É zero. Não merece respeito qualquer seja a sua posição na sociedade.

Sem ir muito longe no tempo, vou me referir à Dilma Rousseff, nossa presidente. A cada dia que passa vai mostrando o que é. De palanque em palanque, nos quais transforma atos de inauguração ou simples visitas a obras, Dilma se expressa sem qualquer pudor ou respeito aos cidadãos. Faz a sua campanha eleitoral como qualquer militante político faria.

A última visita que fez foi a uma obra no projeto de transposição do Rio São Francisco, cuja conclusão está atrasada em anos. Enquanto visitava esse monumento de incompetência no planejamento e execução do seu governo e de seu antecessor, Dilma, lá no sertão nordestino, teve a coragem de apontar falta de planejamento do governo de São Paulo para evitar uma crise de desabastecimento de água. E o fez ao mesmo tempo em que os lagos produzidos pelas barragens das usinas de energia elétrica por larga área do país estão quase secos, colocando em questão a possibilidade de falta de energia elétrica. Isto é, a falta de água não se dá apenas no Sistema Cantareira de abastecimento de água para São Paulo, a estiagem atinge também as reservas das usinas hidroelétricas. E vomita: “Acontece uma coisa engraçada no Brasil. Quem nunca fez desanda a cobrar de quem fez”.

Cara de pau. Sem caráter. Quem nunca fez? Quem fez?

Qual a contribuição do governo federal a São Paulo na área de saneamento básico? Fora financiamentos, que são pagos com juros e correção, extensivos, é claro, a todos os estados, qual o aporte de recursos federais para São Paulo? Nada! Zero! Pelo contrário, a SABESP recolhe, anualmente, centenas de milhões em impostos para o governo federal, sem receber um tostão em troca. Nem mesmo isenção de impostos sobre as empresas de saneamento. No Brasil produzir água e proteger nosso meio ambiente paga impostos ao governo federal. Do mesmo jeito que a Coca Cola.

Presidente, ou se assim o desejar, presidenta, tenha vergonha na cara. Nós não somos um banco de imbecis. Merecemos e exigimos respeito!

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