A conduta do novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante o Carnaval deste ano deve ser investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a pedido do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Chioro viajou no feriado com a mulher, que não estava incluída na comitiva de funcionários do Ministério da Saúde, para três cidades.
Imbassahy deve recorrer à PGR para apurar a suspeita de improbidade administrativa ao utilizar uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar a mulher em viagem a três capitais – Salvador, Recife e Rio de Janeiro – no Carnaval.
“Vamos pedir ao Ministério Público que investigue a conduta do ministro e que o dinheiro gasto no transporte seja devolvido. A esposa dele [Roseli Régis dos Reis] não estava na lista da comitiva. Gostar de sigilo também é uma marca do PT”, afirmou Imbassahy, no seu perfil do Facebook. “O ministro, que assumiu a pasta há cerca de um mês, repete práticas rotineiras dos governos Lula e Dilma de tentar manter informações em sigilo em viagens oficiais e a de misturar o público com o privado.”
Na representação, Imbassahy pedirá ainda a devolução dos valores gastos com o transporte e protocolará requerimento de informações solicitando ao ministro a relação dos passageiros e se todos estão relacionados ao Programa de Prevenção e Combate à Aids. Segundo Chioro, o objetivo das viagens foi o trabalho de prevenção à doença. As ações judiciais contam também com o apoio do Democratas, PPS e Solidariedade.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, as diárias nos hotéis foram pagas pelos recursos recebidos por Chioro – no valor de R$ 2.541,88 . Porém, o nome da mulher do ministro não está na lista dos integrantes da comitiva.
Excessos
O líder ressaltou que a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, “sempre tentaram esconder” informações de viagens oficiais custeadas com dinheiro público. O episódio mais recente envolvendo Dilma foi a escala Lisboa, em Portugal, onde foram gastos R$ 27 mil em uma diária de hotel.
Imbassahy lembrou que Lula levava na sua comitiva a então chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, em viagens internacionais, sem que o nome dela aparecesse na relação das comitivas.
Segundo o líder, não recorrerá à Comissão de Ética Pública da Presidência da República porque o órgão demonstrou indisposição em investigar ministros.
“No exemplo mais recente, a Comissão de Ética [da Presidência da República] não viu nada de errado no fato de a ministra [de Relações Institucionais] Ideli Salvatti ter usado o helicóptero do Samu [Serviços de Atendimento Móvel de Urgência] para fazer campanha eleitoral. Para evitar péssimos exemplos como esse, é melhor para o país dissolver essa comissão”, disse Imbassahy.
