Em completo desespero e desatino, o governo da presidente Dilma Rousseff mais uma vez tenta enganar os brasileiros. No último dia 27, o Ministério do Planejamento anunciou conclusão de 95,5% das obras previstas para o PAC 2. Alguém acredita neste número? Tanto não é verdade que o Balanço apresentado considera o Trem de Alta Velocidade (TAV) Brasileiro como em execução “adequada” e “em dia”.
Idealizado por Dilma Rousseff quando ministra da Casa Civil, o trem-bala brasileiro não saiu do papel, mas há informações de que, até o fim do mandato da presidente, custará aos cofres públicos pelo menos R$ 1 bilhão. Por causa desta notícia, já pedi informações ao Ministro dos Transportes sobre o real valor gasto no trem que pretende ligar Campinas (SP), São Paulo e o Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que o projeto do TAV nem foi licitado. Por três vezes o leilão foi adiado e, em duas delas, por ter apenas um grupo interessado. O último adiamento aconteceu em agosto de 2013 e o governo não anunciou nova data para a realização. Mas o Balanço do PAC 2 diz que o projeto está “em dia”. Este “em dia” causa enorme preocupação e transtornos aos brasileiros. O TAV está “em dia” como a Transposição do Rio São Francisco, que tem metade construída e deveria ter sido entregue em 2012; “Em dia” como Setor Elétrico, que de fato têm inúmeros apagões causando milhões de reais de prejuízo aos micro e pequenos empresários e aos cidadãos; “Em dia” como a Inflação, que é a maior preocupação da população segundo o Índice de Confiança do Consumidor; e “em dia” como a Saúde…, como a Educação… e como a Segurança Pública, que conhecemos bem como se encontra.
O maior valor dos recursos do PAC 2 foi aplicado no Minha Casa Minha Vida, R$ 361,6 bilhões. A maioria, porém é de financiamento habitacional. Das moradias prometidas somente metade foi entregue aos que tanto esperam.
O próprio ex-ministro dos Transportes, César Borges, um dia antes de deixar a pasta e assumir a Secretaria de Portos, afirmou durante o Balanço da segunda etapa do PAC que as privatizações foram responsáveis pelos avanços do Programa de Investimentos em Logística (PIL), criado para promover concessões de infraestrutura em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos contidas no Programa de Aceleração do Crescimento. Ou seja, as privatizações têm minimizado o vexame deste governo, que tanto desdenhou, mas não soube colocar o país em progresso sem as ações compartilhadas com o setor privado.
O Brasil comandado pela presidente Dilma caminha assim, com passos descoordenados e tropeçando em suas próprias pernas. Como o governo mesmo se avalia, diz que caminha de modo “adequado”. A única ação que está correta e “em dia” neste governo são as mentiras. Estas, não falham nunca!
*Vanderlei Macris é deputado federal pelo PSDB-SP e 1º vice-líder do partido na Câmara dos Deputados.