Início Eleições 2012 Pronunciamento do ministro da Saúde é uso abusivo do dinheiro público

Pronunciamento do ministro da Saúde é uso abusivo do dinheiro público

O deputado federal Antonio Imbassahy (BA), futuro líder do PSDB na Câmara, fez críticas ao que considerou como mais um exemplo do uso abusivo de dinheiro público pelo governo petista: o pronunciamento feito em cadeia nacional de rádio e televisão pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na noite desta quinta-feira (29).

Deixando o ministério para se engajar em sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, o petista fez o quinto pronunciamento de sua gestão a pretexto de divulgar uma campanha de vacinação de jovens contra o HPV que, é importante ressaltar, só começará daqui a 40 dias.

Em quatro minutos de discurso, Padilha também aproveitou para alardear programas iniciados em sua gestão, como o Mais Médicos.

“Mais uma vez, a presidente Dilma autoriza o uso abusivo do dinheiro público. É inacreditável que um ministro colocado como pré-candidato de forma explícita ao governo de São Paulo utilize do dinheiro público, a mando da presidente Dilma Rousseff, e ocupe uma cadeia de rádio e televisão para dizer abobrinhas, para fazer campanha política sob o pretexto de uma possibilidade de um programa de vacinação que vai acontecer ainda no mês de março”, avaliou.

Medidas judiciais
O parlamentar informou que, a partir do início das atividades legislativas, na próxima semana, o PSDB deverá tomar providências legais para dar um fim ao uso abusivo da estrutura da máquina pública em benefício próprio.

“O PSDB vai entrar com medidas judiciais, com medidas na Controladoria Geral da União (CGU) para investigar essa conduta e responsabilizar o ministro e o governo da presidente Dilma, que não tem medidas e que demonstra com isso, mais uma vez, que acima dos interesses da administração pública está o interesse da manutenção do poder, no processo eleitoral. É isso que está na cabeça da presidente, e mais nada”, completou.

Sob suspeita
Antes de deixar o ministério da Saúde, Padilha assinou um convênio de R$ 199,8 mil com a ONG Koinonia – Presença Ecumênica e Serviço, fundada pelo seu pai, Anivaldo Pereira Padilha. O objetivo seria executar ações de promoção e prevenção de vigilância em saúde. Desde 1998, a ONG realizou pelo menos nove convênios com diversos ministérios que, juntos, somam cerca de R$ 1,75 milhão. As informações são do jornal Folha de S. Paulo (30).

Para Imbassahy, a situação é estarrecedora: “Às vésperas de sua saída do ministério da Saúde, [Padilha] assina um convênio que tem relações com os seus familiares. A presidente Dilma vê tudo isso acontecer e nada faz. O importante agora é que a CGU faça a investigação desse convênio, dessa organização, porque certamente essa é uma utilização suspeita que acontece no apagar das luzes da administração do ministro”.

O sucessor designado pela presidente Dilma ao cargo de ministro, o atual secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Arthur Chioro, é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo por suspeita de improbidade administrativa.

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