Início Eleições 2012 Pronunciamento do vereador Mario Covas Neto

Pronunciamento do vereador Mario Covas Neto

Boa tarde, senhor presidente, senhoras vereadoras, senhores vereadores. Boa tarde também a todos os que acompanham essa sessão plenária pela TV Câmara.

Hoje venho aqui para fazer algumas considerações a respeito do que vem sendo noticiado sobre os contratos de metrô e trens de São Paulo e das acusações atribuídas ao PSDB e a alguns de seus principais nomes. Paralelo a isso, é importante também relembrar alguns casos do passado.

Em 1998, a fim de atribuir crimes inexistentes a políticos e candidatos do PSDB, entre eles meu pai, Mario Covas, e o presidente Fernando Henrique Cardoso, surgiu na mídia um tal “dossiê Cayman”.

Nele, estavam contidas falsas informações de que ambos, então candidatos à reeleição dos governos federal e estadual, juntamente com José Serra e o ex-ministro Sergio Motta, teriam milhões de dólares depositados em paraísos fiscais do Caribe.

Antes de qualquer averiguação, a revista Isto É deu amplo destaque ao fato, cheio de insinuações. O tal dossiê provou-se uma fraude e seus idealizadores foram processados.

Agora, em 2013, novamente a publicação enche seu texto de insinuações sobre os governos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin e tenta ligá-los à acusação da empresa Siemens de formação de cartel em contratos de linhas de trem e metrô em São Paulo.

Que fique claro: não estou desqualificando aqui a empresa Siemens, até porque, se realmente houver alguma irregularidade nessas licitações, é de interesse do governo descobri-la. O próprio governador Alckmin já deixou claro que se detectada a formação do cartel, o estado entrará com uma ação de indenização, se ressarcindo de possíveis prejuízos.

No entanto, como filho de Mario Covas, um dos políticos mais respeitados da história desse país, e que não está mais aqui para defender-se, não vou tolerar que sua reputação seja posta em dúvida.

Até o presente momento, não há um documento sequer que ligue diretamente a acusação de formação de cartel a um representante do estado, seja ele qual for.

Muito estranho também é o governo de São Paulo não poder ter acesso aos documentos da investigação do Cade, tendo que emitir pedido judicial para isso. A solicitação foi negada e a justificativa do juiz Gabriel Queiroz Neto é de que o Cade estaria agindo com uma cautela “justificada”, pois ainda não se sabe o que deve e o que não deve ser mantido em sigilo no caso.

Mas como é possível se falar em sigilo se a cada dia a imprensa tem acesso a informações novas a respeito do caso? Ontem o Jornal Nacional, da Rede Globo, iniciou uma reportagem de 5 minutos sobre o assunto dizendo que “teve acesso a informações sobre a denúncia enviada pelo Cade”. Só consigo pensar que trata-se de um sigilo seletivo.

O que se tem até aqui é o mesmo roteiro do caso de 1998. São acusações levianas e sem provas concretas da ligação de qualquer líder do PSDB em esquemas duvidosos. O discurso de 1998 repete-se em 2013, e a intenção dos nomes ligados ao PT, aloprados, mensaleiros e companhia, é desviar o foco do desastre em que se encontra o governo federal e querer culpar adversários políticos.

Devo lembrar que quando meu pai assumiu o governo de São Paulo, em 1994, pegou um estado quebrado, falido, sem dinheiro sequer para o pagamento do 13º salário dos funcionários públicos. Seu ajuste fiscal, aliado ao êxito do Plano Real, do presidente Fernando Henrique, foram decisivos para a recuperação.

E sublinhe-se: tudo isso foi feito sem aparelhamento do estado, sem prestar favores políticos, confundindo o público com o privado, como dita a cartilha petista e vem acontecendo no Cade, cujo presidente, Vinicius Marques de Carvalho, vem agindo sob motivação de um parentesco com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, grande amigo do José Dirceu.

É desses mensaleiros e aloprados, que aparelharam o estado e entregaram o país ao Sarney o interesse de ligar o nome do PSDB a escândalos. É uma tradição do partido: atacar a oposição com mentiras infundadas para desviar o foco de suas deficiências, de suas incapacidades governamentais e de sua corrupção, esta sim, comprovada e condenada judicialmente.

A acusação, aliás, surge em um momento muito oportuno, em que a economia vai de mal a pior, e a presidente Dilma não consegue sequer conter a rebelião de sua base de apoio no Congresso Nacional. Parece que não foi tão vantajoso elevar o número de ministérios para 39, criando uma fábrica de distribuição de cargos em prol da conquista de aliados.

Para encerrar, senhor presidente, citarei uma frase de meu pai, Mario Covas, que representa todo seu legado e do PSDB: “A verdade será sempre minha arma política. Asseguro sem vacilação que é possível conciliar política e ética, política e honra, política e mudança”.

Muito obrigado.

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