Tripoli espera definição de metas objetivas e viáveis durante encontro
O deputado Ricardo Tripoli (SP) afirmou que a Rio+20 será uma reavaliação da Eco-92, conferência da ONU realizada no Brasil sobre o ambiente e o desenvolvimento. Relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apontou que das 90 metas tomadas como referência a partir daquele evento, apenas quatro foram cumpridas. De acordo com o estudo, nas duas últimas décadas houve agravamento do desmatamento das florestas, pesca excessiva, poluição do ar e da água, além das emissões de gases causadores do efeito estufa.
O tucano lamentou o descumprimento dos objetivos. “O tratado e os acordos firmados naquele período deverão ser reavaliados agora. Os países deveriam ter cumprido o que foi acordado durante a Eco-92. Com certeza, haverá uma cobrança da ONU com todos aqueles que se comprometeram a seguir as metas e não o fizeram”, avaliou.
Tripoli destacou que a expectativa para a conferência é grande. “O mundo inteiro espera uma resposta e que as nações se entendam no sentido de que a questão ambiental é fundamental em todos os países”, destacou. O deputado disse esperar uma “proposta enxuta” ao término da conferência. “Espero que não tenhamos 90 itens porque fica claro que, no fim, não serão cumpridos. Desejo que tenhamos algumas linhas e diretrizes marcantes no que diz respeito ao desenvolvimento acoplado à sustentabilidade”, declarou.
Segundo o parlamentar, a preservação do meio ambiente não se trata de um tema filosófico, mas de algo que faz parte do dia a dia da população. “A questão ambiental permeia todas as áreas de atuação da sociedade, com questões práticas na vida das pessoas. E isso é fundamental ser levado em consideração”, afirmou.
Para Tripoli, a crise ambiental no planeta é grave, mas tem solução. O deputado acredita que é possível haver um crescimento econômico favorável ao meio ambiente. “Solução com certeza tem, mas depende principalmente que os países desenvolvidos entendam que a questão ambiental caminha junto com o lado econômico e financeiro”, resumiu.
O tucano disse ainda que o Brasil será cobrado a respeito do novo Código Florestal. “É importante saber que seremos cobrados por questões como o Código Florestal, que para nós é ruim. Não é nada boa a anistia aos que causaram danos ambientais e não reflorestaram essas áreas”, concluiu.