A democracia no Brasil vai bem. Bem melhor na medida em que as instituições cumprem com independência seu papel. No caso do “mensalão”, a decisão soberana do STF – composto, na ampla maioria, por ministros nomeados pelos governantes petistas, como não é demais lembrar – fortalece a confiança na igualdade de todos perante a lei.
Nesse julgamento as instituições democráticas estão sendo fortalecidas. A ameaça a elas foi “representada pela compra de votos no Congresso Nacional, por um projeto de poder, de inspiração patrimonialista, que significa um golpe à democracia que é a República”, conforme ressaltou o presidente do STF, ministro Ayres Britto. Ela foi vítima direta do próprio escândalo e tem sido vítima da campanha de desinformação do PT para negar sua responsabilidade por ele. Qual seria o futuro de uma democracia onde o partido governante pudesse impunemente desviar dinheiro público para comprar a maioria do Congresso Nacional? Ao contrário do que afirma o partido governante em nota oficial, o Ministério Público, o Supremo Tribunal Federal e os principais veículos de comunicação estão contribuindo para que o país supere esse grave desvio ético-político e para que o povo mantenha a sua confiança na democracia.
Teorias conspiratórias têm péssimos antecedentes. Sejam inspiradas por fanatismo ideológico, sectarismo partidário ou esperteza eleitoral, que sempre envenenam o ambiente político e corroem as instituições democráticas. Com respeito a essas instituições temos um terreno comum no qual podemos divergir. Se a direção do PT resolve declarar guerra a esse valor fundamental – o respeito a essas instituições – enterrando o que há de bom na sua história para esconder seus delitos, a oposição só pode lamentar, mas vai defendê-las a qualquer custo.
Alberto Goldman
Presidente em exercício da Executiva Nacional do PSDB