As novas denúncias de tráfico de influência e venda de pareceres, levantadas pela Operação Porto Seguro da Polícia Federal, envolvendo mais uma vez o ex-ministro José Dirceu em irregularidades no governo do PT, só reforçam o caráter polêmico e comprometedor das ações desse dirigente petista.
Afinal de contas, essa não é a primeira vez que José Dirceu é vinculado a casos de corrupção. Num deles, ele já foi, inclusive, condenado.
A sociedade espera que tudo seja devidamente esclarecido no menor espaço de tempo possível.
Cabe ao Congresso Nacional participar desta investigação. Mas se o rolo compressor do governo no Legislativo não permitir, o ex-ministro – que é tão cioso de sua biografia – deveria vir a público se defender das acusações reforçadas ontem pelo ex-auditor do Tribunal de Contas da União em São Paulo Cyonil Borges e pela procuradora federal Suzana Fairbanks.
O ex-auditor, em entrevista ontem ao Jornal Nacional, confirmou o interesse especial do ex-ministro em seu parecer favorável à empresa Tecondi, que opera em Santos, e pelo qual seriam pagos R$ 300 mil em propina.
Assim sendo, é necessário que o ex-ministro José Dirceu exponha ao país a relação de empresas às quais vem prestando consultoria desde que deixou o comando da Casa Civil e teve seu mandato parlamentar cassado pela Câmara dos Deputados. Seria muito mais eficiente do que seus discursos pretensamente ideológicos, que não explicam nada e visam apenas criar uma cortina de fumaça sobre os fatos.
Deputado Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB