Brasília (DF) – Em entrevista ao jornal Valor Econômico nesta terça-feira (13), durante seminário sobre produtividade e competitividade promovido pelo Instituto FHC, na capital paulista, o ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, afirmou que a decisão do partido de permanecer na base de apoio do governo do presidente Michel Temer foi tomada por “cautela”, de forma a garantir a continuidade das importantes reformas que deverão ser votadas pelo Congresso Nacional.
“Temos responsabilidades e apoiamos um governo que está fazendo reformas”, disse o tucano. “Se formos embora pode complicar mais do que ajudar. O que acontece quando um partido sai de repente? Cria mais dificuldades”, explicou.
O ex-presidente rechaçou a ideia de que o apoio do PSDB ao governo peemedebista esteja vinculado a uma possível aliança em 2018. “Não tenho plano eleitoral nenhum. O PSDB não tem que pensar em eleição. Eleição é em 2018. Agora tem que pensar em como se resolvem as questões do Brasil”, considerou.
Fernando Henrique acrescentou ainda que, como disse o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), o apoio estará condicionado ao não surgimento de novas denúncias contra o governo federal. “É preciso que haja o carimbo da Justiça para que possamos dizer: é verdade. A cada dia [surge] um rumor novo. Não posso guiar politicamente o partido em função de rumores”, avaliou. “Acho também que tudo está condicionado ao que vier a acontecer. Havendo algum pronunciamento da Justiça não há o que defender”.
O tucano criticou ainda o atual sistema político “esgotado”, e disse que é preciso fortalecer as instituições. “Ou se refaz ou vamos deixar o risco de Brasil que eleja pessoas que não deem conta do recado”, constatou. “A preocupação eleitoral não deve primar sobre nada. Com o grau de insatisfação popular, a população sabe Deus em quem vai votar. Isso é um perigo. Abre espaço efetivamente para aventureiros, salvadores da pátria”, completou.
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