
O líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP), afirmou nesta quarta-feira (13) que o atual governo sofre de um complexo de inferioridade. Segundo ele, a prova foi a rejeição à proposta do senador Cícero Lucena (PSDB-PB) para ampliar os recursos destinados à saúde. Para o líder, há um “abismo” entre o divulgado, em publicidade, e o praticado no País.
“Há um abismo entre o que o governo mostra nas propagandas e o que realmente faz. [O governo] apresentou o [programa] Mais Médicos como sendo a solução para o setor para tentar encobrir o que deixa de fazer, e que é fundamental: investir em infraestrutura adequada, plano de carreira para os médicos, na atualização da tabela SUS [Sistema Único de Saúde]”, disse o líder referindo-se à rejeição à emenda de Lucena.
Ontem (12) uma manobra governista esvaziou o plenário do Senado derrotando a proposta de emenda à Constituição que definia o aumento dos gastos da União com saúde. Pela proposta tucana, o orçamento para o setor passaria de R$ 64 bilhões para R$ 128 bilhões.
O texto aprovado manteve os 15% da receita corrente líquida da União para a Saúde, em cinco anos, segundo o jornal O Globo. Pela proposta, a elevação de despesas chegaria a 18%. “São necessários mais recursos. Mas, os cidadãos do Brasil real, que dependem do atendimento público, já reconhecem o discurso e a prática do PT. Sabem que, no fundo, o governo federal faz jogo de cena e não está interessado em aumentar os recursos para a saúde”, criticou Sampaio.
Para o líder, as propostas oriundas do PSDB e outros partidos de oposição são rejeitadas pelo PT de forma automática. “O governo e o PT sofrem de algum complexo que os impedem de reconhecer virtudes nas iniciativas que não são deles. Para eles, o Brasil foi descoberto em 2003”, disse.
Em seguida, o líder completou: “[O governo e o PT] não têm a humildade de reconhecer, por exemplo, que herdaram um país com a economia estabilizada, com reformas estruturantes importantes, como uma rede de proteção social que, depois, transformaram no Bolsa Família. E, esse comportamento é reproduzido pela sua base no Congresso”.
Sampaio lembrou que “não foi a primeira vez” que a base governista foi acionada para derrotar iniciativa que destinava mais recursos para a saúde. “Em dezembro de 2011, na votação da regulamentação da emenda 29, o governo também conseguiu derrubar a proposta da oposição que tornava obrigatória a aplicação de 10% das receitas por parte do governo federal na Saúde”, destacou.