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Punição a Ideli por uso irregular de helicóptero em SC deve ser exemplar, dizem deputados

Deputado deputado Vanderlei Macris

O Ministério Público Federal em Joinville (SC) decidiu que vai processar a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por improbidade administrativa. Os procuradores concluíram que houve irregularidades na utilização do único helicóptero da Polícia Rodoviária Federal disponível no estado para deslocamentos de Ideli em sua base eleitoral. A aeronave é conveniada ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Para deputados do PSDB, a punição servirá de exemplo para autoridades que usam recursos públicos em benefício próprio.

O deputado Vanderlei Macris (SP) destacou que a punição precisa servir como exemplo para que casos desta natureza não voltem a acontecer. “Essa decisão obriga a devolução de recursos e, mais do que isso, obriga a responsabilização à ministra, mostrando que este partido não se preocupa com o interesse da sociedade e muito menos do cidadão. Mas sim com o do partido e próprio, como no caso da ministra”, avaliou.

De acordo com o jornal “Correio Braziliense”, além de multa, o MPF cobrará da ministra o ressarcimento aos cofres públicos no valor inicial de R$ 35 mil, referente a seis horas e meia de voo. Na época da denúncia, Ideli era pré-candidata do PT ao Senado.

Para Macris, o uso indevido da aeronave poderia ter comprometido vidas, pois acidentes são imprevisíveis. O parlamentar deve apresentar requerimento solicitando esclarecimentos da ministra assim que as atividades do Congresso forem retomadas. “A essa que é sem dúvida uma das atitudes mais claras no sentido de mostrar uma posição divergente daquela republicana que a sociedade espera de um governo”, disse.

Deputado federal Duarte Nogueira, presidente do diretório estadual do PSDB-SP

O presidente do PSDB em São Paulo, deputado Duarte Nogueira (SP), reforçou a necessidade de uma discussão do caso no Congresso. Segundo ele, se necessário, as autoridades envolvidas serão chamadas a prestar esclarecimentos. “Tem de haver investigação e fiscalização das denúncias”, afirmou. “O PSDB vai requerer informações detalhadas sobre esses questionamentos nebulosos e pode haver um pedido formal de esclarecimentos”, acrescentou. “Não é a primeira vez que a ministra Ideli se envolve em uma situação assim. O PT é useiro e vezeiro desta prática de misturar o público com o privado”, ressaltou.

Matéria do “Correio Braziliense” de outubro do ano passado destacou que a ministra Ideli, provável candidata pelo PT por Santa Catarina ao Senado, intensificou a agenda de missões oficiais em sua base eleitoral entre os anos de 2012 e 2013. O Correio teve acesso à parte das ordens de missão para utilização do helicóptero e verificou que a ministra participou de eventos sem relação direta com a função de articulação política desenvolvida por ela. Segundo o jornal, a presença da ministra era frequente em entregas de casas, inauguração de obras, lançamento de projetos e até participação em formatura de bombeiros.

Líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio

Círculo vicioso
Em dezembro de 2013, o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), condenou o uso de jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) em pré-campanhas eleitorais por quatro ministros que serão candidatos em 2014: Gleisi Hoffman (Casa Civil), Alexandre Padilha (Saúde), Fernando Pimentel (Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

“A intensificação do uso de jatinhos da FAB para ministros cumprirem agenda em suas bases é mais um reflexo da antecipação exagerada do calendário eleitoral pelo governo do PT”, afirmou Sampaio ao comentar a denúncia feita pelo jornal “O Globo”.

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