Há vários anos, o dia da Independência do Brasil, comemorado em 7 de setembro, tem sido marcado por protestos contra a corrupção e a má qualidade dos serviços públicos prestados à população. Neste ano, a coisa deve se intensificar. Desde o mês de junho, a sociedade conseguiu fazer valer sua voz e mostrar que ela, como deve ser mesmo em uma democracia, é muito mais forte que qualquer governo.
Mais do que votar, participar e cobrar, os jovens brasileiros começaram a perceber que devem se engajar. Afinal, que país queremos? O que nós jovens herdaremos passados três governos petistas?
Uma das frases mais célebres de Eleanor Roosevelt, que foi primeira-dama dos EUA e forte defensora dos direitos humanos, diz que “o futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”. E aqui no Brasil está cada vez mais difícil para o jovem brasileiro sonhar.
Em junho, mesmo mês em que as pessoas foram às ruas para reivindicar melhorias, a taxa de desemprego entre os que têm 16 e 24 anos subiu de 14,6% para 15,3%, mais que o dobro dos 6% registrados para a média das demais idades. O número total de jovens desempregados choca ainda mais: atingiu 579.974 pessoas, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em julho.
Outro dado preocupante é no que diz respeito à segurança. São Paulo, administrado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), é o Estado mais seguro para os jovens. Quanto ao resto do país, as taxas são alarmantes. O Nordeste do Brasil concentra as cidades mais violentas para os jovens.
De acordo com dados do Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil, do sociólogo Julio Jacobo, Simões Filho, na Bahia, é a cidade mais perigosa para os jovens, com taxa de 378,9 assassinatos para cada grupo de 100 mil. Em 2011, em âmbito nacional, houve 27,1 assassinatos para cada 100 mil habitantes; entre pessoas de 15 e 24 anos, a taxa dobra. No mesmo ano, de cada 100 mil jovens, 53, 4 foram assassinados. Lembrando que a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera epidemia quando passa de dez casos por 100 mil pessoas.
Estes são apenas alguns exemplos do presente desalentador para a Juventude do país. Os mesmos jovens que protagonizaram as recentes manifestações que tomaram conta das ruas no Brasil e que deram exemplo de vigor e de vontade de mudanças com a Jornada Mundial da Juventude, em julho, são os mesmos que são esquecidos pela presidente Dilma Rousseff e sua equipe de governo.
Mas o futuro está em nossas mãos. Como dizia Mário Covas, “quando o desafio é grande, só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer”. E é isso que temos de fazer: nos engajar, acreditar nos nossos sonhos e ir atrás do que queremos para o futuro. Se não aceitamos mais o que está aí, temos de continuar indo às ruas e dando voz aos nossos anseios, mas tendo em mente o que queremos e, principalmente, o que não queremos. Que país é esse que não dá suporte àqueles que tocarão a nação futuramente?
Paulo Mathias é presidente da Juventude do PSDB no Estado de São Paulo