Em mais um movimento de antecipação da campanha presidencial, o PT faz um apelo para que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) se integrem às caravanas do ex-presidente Lula, com o objetivo de engajar as entidades em favor da reeleição de Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Segundo o jornal Folha de São Paulo, os petistas entendem que precisarão vencer resistências desses setores à presidente para que não representem entrave ao seu projeto de poder. Para o deputado estadual Ramalho da Construção (PSDB-SP), a antecipação de campanhas eleitorais no PT é uma questão meramente burocrática.
“É quase uma tradição do partido lançar seus candidatos antes. Foi o que o Lula fez com a Dilma e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Lançam-se antecipadamente a acabam a gestão em plena campanha”, aponta. O tucano acredita que a administração petista faz pouco caso do Brasil, ao se prevalecer do uso ostensivo da máquina pública para fins político-partidários. “Esse governo nunca fez um esforço para nada. Lula já foi multado várias vezes por fazer campanha eleitoral antecipada. O governo faz tudo errado e o povo paga. A lei não vale para eles, só vale para os outros. Só lamentamos que o governo não mostre seriedade no processo de condução do poder”, argumenta.
O deputado também criticou o envolvimento de entidades como o MST na corrida eleitoral. “Esse pessoal bate no governo a vida inteira e depois se junta a ele. Dá a impressão de que estão ganhando muito para isso, estão do lado de onde conseguem mais vantagem. Marcha de graça é que eles não fazem”, afirma.
No âmbito das centrais, a sensação que impera é a de que o governo ignora a pauta sindical e assuntos importantes para os trabalhadores, como a reforma agrária. “O ritmo da reforma é muito lento, e nunca foi uma coisa certa. Os trabalhadores não vão invadir propriedades no sertão, onde a terra é desvalorizada. Além disso, por trás dessa questão existem muitos terrenos superfaturados, no interior da Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Paraná”, diz. O presidente do Núcleo Sinidcal tucano defende que a questão de terras no Brasil seja investigada pela Polícia Federal. “Com certeza, esse esquema deve gerar muitos milhões. Da onde vem essa verba? Você não vê ninguém produzindo nada”, questiona.