Enquanto a economia patina, o governo federal continua tomando decisões que contribuem para o desaquecimento do mercado. Dos cinco mil postos de trabalho que o Estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro, poderia gerar com a construção de navios, menos da metade deverá ser preenchida, segundo cálculos da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), depois que a Petrobras decidiu montar as embarcações na China.
“Esse tipo de atitude me preocupa muito porque levanta suspeitas de que há interesses implícitos. Não faz sentido algum tirar o trabalho do Brasil e levar para outro país”, avalia o deputado estadual e presidente do Núcleo Sindical do PSDB, Antonio Ramalho (SP).
Para Ramalho, a gestão do PT erra mais uma vez com essa iniciativa. “O governo tinha vários botões para controlar a economia e conter a inflação: uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), redução dos juros até o limite, reajuste dos combustíveis e das contas de energia, por exemplo. Todos eles foram apertados, mas não há uma resposta positiva da economia. Tomar a decisão de cortar 50% dos empregos no Estaleiro Inhaúma, com certeza, não contribui para reverter essa situação”, diz.
Reportagem publicada na edição desta quarta-feira (27) do jornal O Estado de S. Paulo mostra que os serviços que necessitam de mão de obra mais intensa, como parte da troca dos cascos dos navios, serão executados no exterior.