Governadores e prefeitos do PSDB participaram nesta terça-feira (11) de reunião da Executiva Nacional com as bancadas do partido na Câmara e no Senado para fechar questão sobre a reforma da Previdência. Eles pediram aos parlamentares tucanos que mantenham apoio à permanência dos servidores municipais e estaduais na proposta em tramitação no Congresso.
“Fazemos esse apelo aos deputados para que tenham essa compreensão de que a reforma da Previdência precisa ter impacto para os estados e municípios. Senão, será meia reforma. E meia reforma é meio entusiasmo”, afirmou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Segundo ele, a reforma da Previdência, sozinha, não vai resolver a situação fiscal dos governos e administrações, mas vai injetar otimismo na economia, gerando investimentos externos e crescimento econômico. “Esse crescimento é que vai ajudar na equalização das contas do governo. Meia reforma será muito frustrante do ponto de vista do setor privado”, reforçou.
O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, disse que está otimista com relação ao relatório do deputado Samuel Moreira e à posição dos tucanos pelo fechamento de questão. Ele explicou que o sistema previdenciário nacional segue uma lógica, que pode se perder caso estados e municípios tenham de fazer suas próprias reformas.
Azambuja destacou que o déficit previdenciário de governos estaduais e prefeituras deve chegar a R$ 82 bilhões este ano. “Deixar os servidores estaduais e municipais de fora, além de quebrar a uniformidade do sistema, compromete a efetividade da reforma da Previdência”, concluiu.
Questão política
Para Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto (SP), essa é uma discussão política e de “conveniência” quanto ao possível desgaste do parlamentar com o funcionalismo público estadual e municipal. “Estamos discutindo o acessório. Uma briguinha local de um que quer ser prefeito no ano que vem ou governador mais adiante. Isso é muito pequeno perto do que precisa ser feito para reformar o Brasil. Estamos no campo da política, mas não se está tendo responsabilidade coletiva”, disse.
O prefeito afirmou ainda que, para recuperar o protagonismo como partido reformador, o PSDB precisa fechar questão quanto ao mérito da proposta da Previdência – o que foi feito na reunião desta quinta-feira. “O relator na Câmara é do PSDB, o relator no Senado será do PSDB (Tasso Jereissati). Como não fechar questão?”, indagou.