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Renováveis no centro da pauta

José Aníbal

Na semana passada, São Paulo recebeu a 6ª Reunião da Cúpula de Líderes Regionais, grupo formado pelos governos da Baviera (Alemanha), Alta Áustria (Áustria), Quebec (Canadá), Shandong (China), Geórgia (EUA) e Província do Cabo Ocidental (África do Sul), além do estado de São Paulo.

Formada em 2002, a Cúpula representa 170 milhões de pessoas, um PIB de US$ 2,4 trilhões e tem por traço comum o forte dinamismo econômico de seus membros.

Além de aprofundar relações políticas, econômicas e culturais, o objetivo é a cooperação em iniciativas de desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica, educação, saúde e meio ambiente.

O tema da reunião deste ano foi “Energia Sustentável e Desenvolvimento”. Com a Declaração de São Paulo, aprovada em plenário, firmamos compromissos de aumentar a participação das renováveis no consumo total, levar políticas sustentáveis para todos os níveis de governança e criar grupos de trabalho para compartilhar ações neste sentido.

Na área energética, assinamos importantes acordos bilaterais. Com a província de Quebec, líder mundial em tecnologias limpas, firmamos parcerias para reproduzir o modelo canadense de sinergia entre pesquisa, universidades, governo e indústria.

Com a província chinesa de Shandong, estabelecemos cooperação nas áreas de energia, indústria marítima, meio ambiente, infraestrutura e educação.

São Paulo tem hoje uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. As fontes renováveis respondem por 57% de nossa matriz, contra 12% da matriz mundial. Mas nós queremos mais.

Por um lado, a Política Estadual de Mudanças Climáticas exige que até 2020 as emissões de gases de efeito estufa sejam reduzidas em 20% sobre o total emitido em 2005. Por outro, temos evidentes vantagens competitivas na área de renováveis.

O governo de São Paulo vai apresentar em breve o Plano Estadual de Energia, cuja centralidade é ocupada pelas energias renováveis. A meta é ambiciosa: aumentar em 25% a participação das fontes limpas na matriz energética paulista até 2014.

Com isso, as renováveis responderão por 69% do nosso consumo total. Para tanto, inventariamos o potencial hidráulico remanescente no estado e estamos negociando a criação de regras específicas para pequenas centrais e minicentrais hidrelétricas.

Quanto à eólica, vamos fomentar a cadeia produtiva desta fonte no estado, além de finalizar o Atlas Eólico de São Paulo.

Já o programa Solar Paulista visa aumentar a participação da energia fotovoltaica na matriz energética por meio do incentivo à nacionalização de equipamentos e insumos.

Também temos metas de crescimento da produção do etanol paulista e da bioeletricidade de bagaço e palha de cana, que atualmente é o maior programa do gênero no mundo.

Mudar efetivamente o perfil energético de nossas sociedades passa pela construção de um ambiente econômico propício, pelo aproveitamento dos potenciais competitivos e pelo enraizamento local do conhecimento técnico. É nisto que o governo de São Paulo aposta. Temos todas as condições de criar um futuro mais sustentável.

 

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