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O escândalo envolvendo mais uma vez o Ministério do Trabalho, com o pedido de demissão do número 2 da pasta, levou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), a condenar o comportamento de Dilma nessas situações.
“Deixa eu ver se entendi! No início do mandato da Dilma, ministros foram pegos em atos de corrupção e pediram prá sair. Depois servidores dos ministérios foram pegos na roubalheira e pediram prá sair. Ontem, o número 2 do Ministério do Trabalho foi pego pela polícia noutro esquema de corrupção e também pediu prá sair? Então quer dizer, presidente, que seu lema é: ‘Podem roubar no meu governo, mas ao serem pegos peçam prá sair.’ Bela faxina, hein Dilma!!!”, escreveu o tucano em seu perfil no Facebook.
Paulo Roberto Pinto, secretário-executivo do ministério, entregou o cargo ontem após ter seu nome envolvido em esquema de desvio de dinheiro na pasta. O valor envolvido nos desmandos atinge R$ 400 milhões. Sampaio protocolou na tarde dessa terça-feira (10) representação para que o Ministério Público Federal apure provável prática de improbidade administrativa e crime de advocacia administrativa por parte de Paulo Roberto Pinto. Já o titular da pasta, Manoel Dias, por hora fica no cargo, como destaca a edição de hoje do “Correio Braziliense” (veja imagem).
Em dezembro de 2011, o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, pediu demissão. Ele foi o sétimo a deixar a Esplanada apenas naquele ano – seis saíram por suspeitas de irregularidades. Em cada caso, se repetia o padrão criticado por Sampaio.
No caso de Lupi, foram denúncias seguidas de irregularidades até a queda. Em novembro, “Veja” denunciou que assessores dele pediam propina a ONGs. Em seguida, a “Folha” mostrou que o pedetista beneficiou organizações ligadas ao PDT. O ministério chegou a repassar recursos a ONG investigada pela Polícia Federal.
A crise ganhou força em 12 de novembro, quando “Veja” revelou que, em 2009, o gestor usou avião providenciado pelo dono de entidade com convênios com o Trabalho. Primeiro, ele negou o fato. Admitiu depois da publicação de fotos descendo da aeronave. Na sequência, a “Folha” trouxe à tona que Lupi foi funcionário fantasma da Câmara por quase seis anos, acumulando o cargo com outro, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro por cinco anos.