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Sampaio diz na PF que postura da Caixa foi irresponsável

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), classificou nesta terça-feira (28) de “inconcebível” e “irresponsável” a postura da Caixa nos fatos envolvendo o pagamento do Bolsa Família. Para o tucano, deve ser apurada criminalmente a postura do presidente do banco estatal, Jorge Hereda. O executivo levou uma semana para admitir que a CEF antecipou o pagamento dos benefícios antes do surgimento dos boatos sobre o fim do principal programa social do governo.

Sampaio e líderes do PPS, do DEM e da Minoria estiveram no começo da manhã na sede da Polícia Federal, onde foram recebidos pelo diretor-geral da PF, Leandro Coimbra. Os integrantes da oposição obtiveram informações sobre o andamento das investigações e cobraram agilidade. Segundo o tucano, a assessoria jurídica da Liderança do PSDB estará a par das apurações.

O depoimento das testemunhas é a linha de investigação mais consistente. Agentes da PF de 13 estados onde houve tumultos no fim de semana retrasado estão ouvindo as pessoas para fechar o cerco em relação aos agentes causadores do boato. O uso da internet e de uma empresa de telemarketing para difundir as informações falsas também é alvo de apuração. No entanto, até o momento apenas uma pessoa diz ter recebido ligação de uma empresa dessa natureza sobre o assunto.

O líder do PSDB criticou duramente a postura de autoridades do governo federal desde o início dos tumultos. O ministro da Justiça, por exemplo, veio logo a público classificar os boatos de criminosos, enquanto a titular da pasta de Direitos Humanos, Maria do Rosário, acusou, sem provas, a oposição de estar por trás. “Depois vem a Caixa e alimenta essa ideia de que realmente pode ter havido boato alimentado por terceiros. E, ao final, o próprio banco pede desculpas, reconhece o erro e diz que antecipou os depósitos, podendo inclusive ter comunicado equivocadamente as pessoas – e isso pode ter sido a fonte do boato”, afirmou Sampaio.

“É evidente que essa sucessão de informações irresponsáveis por parte do governo tem que ser apuradas”, cobrou o tucano, que quer esclarecer se a Caixa agiu de má fé. Como lembrou, a instituição financeira somente admitiu que antecipou o pagamento para o dia 17 após ter sido confrontada pela imprensa. Até então sua direção alegava que a antecipação havia sido feita em virtude dos boatos.

Segundo o relato do diretor da PF, na segunda-feira (20) o banco já havia informado aos federais a respeito da antecipação para as 13,8 milhões de pessoas beneficiadas, totalizando R$ 2 bilhões em pagamentos. “Quando a Caixa dá uma versão oficial e só desmente quando é confrontada mostra uma irresponsabilidade do gestor que deve ser investigada pela PF”, defende o líder, para quem a postura do banco foi decisiva para a boataria. O tucano destacou ainda as ações tomadas pelo PSDB na Câmara para buscar o esclarecimento dos fatos.

Além de Sampaio, foram à PF os deputados Nilson Leitão (MT), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Rubens Bueno (PPS-PR).

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