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Sampaio promete oposição ainda mais vigorosa e preparada

Carlos Sampaio é o novo Líder do PSDB na Câmara

Eleito novo líder da bancada do PSDB na Câmara no último dia 12, o deputado Carlos Sampaio (SP) defende um enfrentamento muito forte com o atual governo e o Partido dos Trabalhadores. Como destaca nesta entrevista exclusiva, o ano é preparatório para a disputa presidencial de 2014, tornando-o estratégico para a legenda. Por isso o PSDB quer deixar bem evidente para a sociedade seus valores e seu projeto de país. Sampaio também critica o resultado final da CPI do Cachoeira, destaca o  julgamento do mensalão como símbolo no combate à impunidade e classifica de “excrescência” o voto secreto no Congresso Nacional. Confira:

Que princípios pautaram a sua atuação à frente da bancada do PSDB na Câmara?

Os mesmos que sempre guiaram líderes anteriores: os princípios da ética, da transparência, da responsabilidade. Enfim,  princípios que são dizem respeito a valores importantes pra todos nós. A nossa preocupação para 2013 é ouvir o partido, os nossos governadores, os parlamentares e a militância como um todo para buscarmos um papel único, marcado pelo enfrentamento de ideias e de posições. É um ano preparatório para 2014 e precisamos unir forças para o embate.

O senhor tem vasta experiência de CPIs. Acredita que ao longo dos governos petistas esses instrumentos de investigação do Congresso foram sendo enfraquecidos?

Houve uma tentativa nesse sentido depois da CPI dos Correios, da qual participei como sub-relator e que gerou a ação do mensalão. Esta investigação provocou várias condenações, assim como outro da qual participei – a dos Sanguessugas. Na oportunidade pedimos a cassação de 72 deputados que estavam desviando dinheiro público. Elas cumpriram o seu papel, mas de lá pra o papel da CPI vem sendo achincalhado, como é o caso da CPI do Cachoeira, que tem uma natureza persecutória. Era para ela ter nascido da oposição, mas surgiu a partir da base aliada a partir de um pedido do presidente Lula pra perseguir o governador Marconi Perillo.  Isso é inconcebível. Como consequência disso não investigamos a organização criminosa de Carlos Cachoeira como devíamos e nem o seu braço financeiro. Temos que denunciar isso porque a Comissão Parlamentar de Inquérito é um dos instrumentos mais importantes  de investigação pra contribuir pro Ministério Público e com o Judiciário.

Como promotor de Justiça licenciado o senhor acredita que o julgamento do mensalão representa um marco no combate à impunidade?

Não tenho a maior dúvida disso. Pelo menos a sociedade tem clareza hoje de que aqueles “poderosos” também podem ser condenados. O Supremo Tribunal Federal cumpriu sua missão com maestria e foi um marco particularmente olhando pela visão não de parlamentar, mas de integrante da sociedade, que precisava ver a credibilidade do Judiciário sendo resgatada. E isso ocorreu com essa postura efetiva de apuração, investigação e condenação dos culpados.

O senhor é um critico severo  do voto secreto no Congresso. Por que ele esse instrumento deveria acabar?

Porque não é possível que as pessoas sejam eleitas para chegar aqui e defender uma coletividade e ela não saiba como o eleito vota. Não é possível que nos temas mais caros ao país,  como na cassação de um parlamentar, aqueles que votaram em mim não saberem como me posicionei. Eles precisam ter a informação a respeito da minha posição contra ou a favor da permanência de alguém que agiu de forma criminosa no Congresso Nacional. O voto fechado contraria a natureza da representatividade. Se represento alguém preciso dizer como me posiciono. Portanto o voto secreto é uma excrecência e espero que ele seja rapidamente extinto pelo Congresso Nacional.

Novo líder tornou-se promotor aos 23 anos e exerce terceiro mandato seguido na Câmara

Promotor de Justiça licenciado do Ministério Público de São Paulo, Carlos Sampaio tem 49 anos e está em seu terceiro mandato seguido como deputado federal. O tucano foi membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e relator da representação contra Pedro Corrêa (PP-PE), deputado cassado e condenado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão. Foi sub-relator da CPI dos Correios e da CPI dos Sanguessugas, além de coordenador da bancada tucana na CPI do Cachoeira.

Ainda como deputado federal, ocupou o cargo de vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e integrou a Comissão de Segurança Pública e o grupo de trabalho que promoveu a reformulação do Código do Processo Penal.

O tucano iniciou a carreira política como vereador, eleito, em 1993, com a sexta maior votação de Campinas, cidade onde nasceu. Em 1996, foi nomeado o primeiro secretário para Assuntos de Segurança Pública do município. Foi eleito deputado estadual (1998) e presidiu a CPI da Favela Naval.

Formado em Direito pela PUC-Campinas, ingressou no Ministério Público do Estado de Minas Gerais em 1987, tornando-se promotor aos 23 anos de idade. Em 1988, já no Ministério Público de São Paulo, atuou como promotor de Justiça Cível, da Infância e Juventude, de Defesa do Consumidor, de Defesa do Meio Ambiente, de Defesa dos Deficientes e como promotor de Justiça de Defesa dos Direitos Constitucionais. Foi ainda corregedor de Polícia de Campinas e promotor do Tribunal do Júri da cidade paulista.

Do PSDB na Câmara 

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