Início Saiu na imprensa Secretário diz que pedido de saída do comando da PM é ‘postura...

Secretário diz que pedido de saída do comando da PM é ‘postura temerária’

O Secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, disse em entrevista exclusiva ao G1 que o procurador Matheus Baraldi age de forma oportunista ao afirmar que vai pedir a saída do comando da Polícia Militar de São Paulo. O procurador afirmou nesta quinta (26) que entrará com uma ação civil pública pedindo o afastamento da cúpula da PM.

O secretário de Segurança Pública conversou com a equipe de reportagem nesta tarde em seu gabinete na região do Largo de São Francisco, Centro de São Paulo. Durante a entrevista, Ferreira Pinto analisou as iniciativas do estado de São Paulo no combate à violência, afirmou que policiais envolvidos em episódios recentes que resultaram em mortes devem ser demitidos e criticou a declaração do procurador Baraldi, que disse durante audiência pública na sede do Ministério Público Federal (MPF) que casos de violência cometido por PMs derivam de perda de controle dos responsáveis pelo comando.

Dois casos isolados, que nós lamentamos muito, não podem ser generalizados para uma instituição que tem quase 100 mil homens e mulheres trabalhando em benefício da sociedade”

Ferreira Pinto diz que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) estuda representar junto à Corregedoria do Ministério Público Federal para que apure a conduta do procurador. O secretário afirma que Baraldi é um procurador “polêmico”, que já foi suspenso uma vez.

”Isso aí é uma postura temerária do procurador, que não tem nenhum sentido. Ele não tem elemento nenhum para dizer que houve perda do comando, que houve perda de controle”, afirma Ferreira Pinto.

”Não se sabe aonde ele foi buscar essa afirmação gratuita. A Polícia Militar é uma organização hierarquizada, disciplinada e tem perfeito controle sobre os seus subordinados. Essa afirmação é gratuita, própria dos oportunistas, tendo em vista os episódios recentes que nós lamentamos, mas que não se pode generalizar porque é uma instituição que tem como suporte a disciplina e a hierarquia”, disse.

Ferreira Pinto colocou em dúvida se, de fato, o procurador vai mover alguma ação .”Essa ação, se é que ele vai ajuizar essa ação, é uma ação temerária, desbaratada e que realmente é fadada ao insucesso. É um oportunismo do procurador agir dessa forma, nesse momento, sem nenhum dado que levasse a uma convicção serena de que houvesse qualquer perda de controle.”

O secretário avalia que a motivação para a investida do procurador contra a cúpula da segurança seja as mortes causadas por policiais em Santos, quando um jovem morreu ao tentar fugir de uma blitz, e na capital paulista, no caso da morte do empresário Ricardo Aquino. “Dois casos isolados, que nós lamentamos muito, não podem ser generalizados para uma instituição que tem quase 100 mil homens e mulheres trabalhando em benefício da sociedade”, afirma.

Ferreira Pinto disse que ambos os casos são graves e lamentou os fatos. Entretanto, ele adiantou que os PMs envolvidos nos dois casos serão demitidos. Ele disse isso baseado no que percebe no andamento do processo administrativo movido contra os agentes.

Eu não tenho dúvidas de que, preservado o princípio da defesa ampla, do processo legal, eles serão demitidos porque a conduta jamais será justificada. Eu não tenho dúvidas de que eles serão demitidos. Eles terão um processo administrativo [pela PM] com ampla defesa, mas o desfecho certamente será esse”

Demissão de envolvidos em morte “Eles serão demitidos a bem do serviço público, com toda a certeza. Porque não se aborda ninguém em desproporção numérica. Eles estavam em quatro viaturas, em duas motos e do outro lado estava apenas um motorista”, avalia.

O secretário disse que confia em todo o processo de julgamento e no direito de ampla defesa, mas a conduta deles “jamais” será justificada.

”É um absurdo dizer que um policial preparado possa confundir um celular com uma arma. E além disso, uma abordagem em se evidencia a intenção de matar, uma vez que eles desferiram dois tiros na cabeça do motorista.”, disse, em referência à morte de Aquino na Zona Oeste de São Paulo.

Combate a desvios de conduta Ferreira Pinto disse que o governo tem sido efetivo no controle de eventuais desvios. Ele afirmou que, neste ano, 79 policiais militares foram expulsos da corporação por condutas graves, sendo que entre eles há um capitão, um tentente, 28 sargentos e 36 soldados.

“O comando da Polícia Militar hoje está bem planejado, bem estruturado e  se realinhou historicamente após o episódio da Favela Naval“, disse. Em 1997, policiais militares foram flagrados na Favela Naval, em Diadema, no ABC, atacando com violência os moradores. À época, o conferente Mário José Josino morreu durante uma blitze com um tiro disparado por policial.

Ferreira ressaltou que as iniciativas do governo paulista são referências e citou o exemplo da Polícia Comunitária, que disse ser compartilhado com outros países.

 

 

 

Artigo anteriorEducação à frente do seu tempo em Águas de São Pedro
Próximo artigoGovernador Alckmin anuncia projeto para levar trem da CPTM até Alphaville